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Fórmula 1

Imagens do carro de Vettel indicam desmaio de Alonso ao volante, diz jornal

Do UOL, em São Paulo

06/03/2015 08h21

A teoria de que Fernando Alonso perdeu os sentidos antes mesmo de se chocar no muro no acidente que o tirou da abertura da temporada da Fórmula 1, na Austrália, ganhou força depois que o jornal italiano Gazzetta dello Sport revelou que as imagens da câmera onboard de Sebastian Vettel, da Ferrari, que vinha logo atrás do piloto espanhol no momento do choque, mostram que a McLaren dirigiu-se desgovernada para o muro, sem aparente reação do bicampeão para evitar a batida.

As imagens estariam de acordo com os dados obtidos pela Federação Internacional de Automobilismo e publicados pela revista alemã Auto Motor und Sport, indicando que Alonso chegou a frear e iniciar o movimento normal para fazer a curva 3 do Circuito da Catalunha, em Barcelona, mas, três segundos antes de chocar-se com o muro, deixou de tentar diminuir a velocidade e bateu a 105km/h.

Segundo o jornal italiano, a filmagem da câmera onboard de Vettel corrobora com a versão dada pelo próprio alemão no dia do acidente, que aconteceu na penúltima bateria de testes da pré-temporada, dia 22 de fevereiro. "A velocidade era relativamente baixa, provavelmente cerca de 150km/h. Ele foi para a direita e bateu no muro. Não pareceu um acidente normal", declarou o tetracampeão.

A versão do piloto ferrarista contradiz a explicação oficial da equipe McLaren, de que Alonso perdera o controle do carro devido aos fortes ventos. Apesar das condições de pista naquele momento não estarem ideais, a hipótese não explicaria por que o espanhol não conseguiu evitar a batida, mesmo tendo, com sucesso, diminuído a velocidade de 215km/h na entrada da curva para 135km/h. Porém, 3s antes de seguir em direção ao muro interno, em trajetória estranha - flagrada pela câmera da Ferrari - Alonso deixou de tentar parar o carro.

Além das imagens do carro da Ferrari, existem filmagens do circuito interno de TV que podem ajudar a FIA a determinar o que aconteceu em Barcelona. Nenhuma imagem foi divulgada até o momento.

O próprio chefe do piloto, Ron Dennis, reconheceu que não tinha "certeza de que Alonso estava consciente antes do acidente." Na versão oficial, o espanhol teria desmaiado e sofrido uma concussão em decorrência do impacto com o muro, mas os 16G medidos pelo protetor auricular do piloto na batida não explicariam todo o cuidado com seu estado de saúde.

Outra hipótese, que continua válida pelos novos dados da telemetria e das imagens, é de que o espanhol teria sofrido um choque elétrico. Porém, a FIA, com base nos informações que obteve da McLaren, que garante que não houve qualquer problema no caso, desconsidera essa possibilidade.

Internado no domingo, dia 22 de fevereiro, Alonso só foi liberado na quarta-feira, dia 25, mesmo que os médicos tenham garantido que nenhum de seus exames havia apresentado qualquer anomalia. Depois de repetir os testes, o bicampeão não foi liberado e ficará fora do GP da Austrália, que será disputado dia 15 de março. A justificativa é a preocupação de que um segundo acidente pudesse causar a "Síndrome do Segundo Impacto", o que é particularmente perigoso para quem sofreu uma concussão recente. Sua participação no GP da Malásia, duas semanas depois, contudo, não está oficialmente confirmada.

Em Melbourne, Alonso será substituído pelo piloto reserva da McLaren, o dinamarquês Kevin Magnussen.

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