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'Zagallo' da Fórmula 1 quebra tradição, usa o 13 e sofre com maré de azar

Maldonado só pontuou uma vez depois que adotou o número 13 - DIMITAR DILKOFF/AFP
Maldonado só pontuou uma vez depois que adotou o número 13 Imagem: DIMITAR DILKOFF/AFP

Do UOL, em São Paulo

27/04/2015 06h00

Pastor Maldonado vem tendo um início de temporada para esquecer: o venezuelano só cruzou a linha de chegada uma vez no ano, no GP do Bahrein, e se envolveu em batidas em todas as quatro etapas disputadas até aqui. Além disso, foi punido em duas oportunidades – uma delas, de maneira bizarra, após alinhar no grid mais atrás do que tinha se classificado.

Mas a onda de azares não vem de hoje. Desde o início de 2014, quando chegou na equipe Lotus, o venezuelano só pontuou uma vez. Coincidência ou não, os resultados negativos de um piloto que já venceu uma corrida, na Espanha, em 2012, começaram depois que Maldonado começou a usar o número 13.

Quando fez a opção que vai acompanhá-lo pelo resto da carreira, Maldonado explicou que o 13 não tem na Venezuela a carga negativa de outros lugares e, inclusive, foi usado por vários astros do principal esporte do país, o beisebol, como Dave Concepción, Omar Vizquel e Wilson Álvarez. “Eu escolhi o número 13 apenas porque gosto dele. Na Venezuela, o 13 não é sinal de azar. Na verdade, esse número tem uma longa história de tradição no esporte venezuelano”, explicou.

Tradição quebrada
No automobilismo, contudo, a história é outra. Em 2014, o venezuelano foi o primeiro piloto dos 65 anos de história da Fórmula 1 a adotar o número 13 por toda uma temporada. O número foi abandonado no automobilismo ainda na década de 1920, quando dois pilotos da fábrica francesa Delage sofreram acidentes fatais com poucos meses de diferença – e o 13 estampado em seus carros. Primeiro foi Paul Torchy em setembro de 1925 e, sete meses depois, Giulio Masetti. Isso fez com que a federação francesa banisse o numeral e criasse a tradição.

Na Fórmula 1, que passou a ser disputada em 1950, o número 13 foi usado em duas oportunidades: em 1963, Moises Solana se classificou em 11º no GP do México, mas viu seu motor estourar a oito voltas da bandeirada. O mexicano voltou a competir, mas com outros numerais.

A piloto Divina Galica também tentou usar o número, mas não conseguiu classificar sua Surtees-Ford no GP da Grã-Bretanha de 1976. A britânica chegou a fazer outras duas tentativas em outras duas oportunidades dois anos depois, sem sucesso.

Nessa época, os pilotos podiam escolher seus números. Porém, mesmo quando a Fórmula 1 passou a adotar a numeração linear, de acordo com a posição das equipes no mundial do ano anterior, o número 13 era ignorado: os carros da sétima colocada no campeonato recebiam os números 14 e 15. Desde 2014, cada piloto escolhe um número para carregar por toda a temporada.

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