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Fórmula 1

Piloto de 17 anos bate, é punido e leva bronca dos colegas em Mônaco

Julianne Cerasoli

Do UOL, em Monte Carlo (MON)

24/05/2015 14h22

A forte batida de Max Verstappen nas voltas finais do GP de Mônaco saiu caro para o holandês, que fazia sua primeira corrida da vida no Principado. O jovem de 17 anos, estreante mais jovem da história da Fórmula 1, foi punido pela manobra em cima de Romain Grosjean - e ainda foi criticado por seus pares do grid.

Após a prova, Verstappen afirmou acreditar que não tinha culpa pelo incidente. “Na volta anterior, eu freei no mesmo lugar de quando eu bati. Mas dava para ver que o carro da frente freou muito cedo e quando você está naquelas velocidades e tão perto não tem o que fazer. Não esperava que ele freasse tão cedo.”

Os comissários do GP de Mônaco, contudo, não aceitaram as explicações do holandês e o puniram com a perda de cinco posições no grid da próxima prova, no Canadá, em duas semanas.

Para Felipe Massa, a punição era necessária para servir como um aviso a Verstappen. “Foi muito perigoso. Isso mostra que, talvez, a experiência conte na Fórmula 1. E, para que ele aprenda, é preciso punir. Ele teve sorte de não ter se machucado. Ele não estava em posição de ultrapassar. Você tem de tentar quando é possível, especialmente nesse tipo de pista. Ele não estava nem perto de colocar de lado, estava atrás.”

Massa sabe do que está falando. Afinal, causou alguns acidentes e foi considerado agressivo demais quando chegou na Fórmula 1. Tanto, que chegou a perder sua vaga e passou um ano como piloto de testes até retornar à titularidade. “Eu era agressivo demais. Tinha 20 anos e, para mim, foi muito cedo. Imagina com 17”, comparou.

“Ele tem 17 anos. Se ele tivesse se machucado, todo mundo ia dizer: ‘por que deram a licença para um cara de 17 anos?' Mas ele não se machucou e todo mundo está feliz. Não acho que é o jeito certo de olhar as coisas.”

O brasileiro salientou, contudo, que Verstappen já mostrou que é talentoso. “Foi uma manobra que mostrou o que é um piloto jovem, que tenta de tudo. Ele tem um talento incrível, merece estar na Fórmula 1, mas talvez tenha chegado um pouco cedo demais. É importante ter agressividade. Mas é importante ele saber que ele tem que respeitar.”

Estreando na categoria aos 22 anos e com seis anos de experiência nas categorias de base - Verstappen fez apenas um ano em fórmulas depois de sair do kart - Felipe Nasr também acredita que a falta de experiência de Verstappen pesou no acidente.

“É um pouco da inexperiência. Experiência em carro de corrida é tudo e às vezes ele pode pagar o preço por não ter isso e foi o que vimos hoje. Acho que minha formação foi excelente, o tempo que fiquei em cada categoria foi fundamental. Eu tive a chance de entrar na Fórmula 1 até antes, mas acho que o planejamento foi muito bom. Aprendi coisas no ano como piloto de teste da Williams que jamais imaginei aprender e hoje posso aplicar.”

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