Após trapalhada, Hamilton ganha consolo de colegas, que relembram decepções

Após o erro estratégico da Mercedes que lhe tirou uma vitória que parecia certa a 15 voltas do final do GP de Mônaco, Lewis Hamilton viveu uma situação comum para todo piloto: ver uma conquista escapar por algo que está fora de seu controle. O inglês admitiu que era “difícil descrever a sensação”, justamente após ter tido um final de semana irrepreensível em uma corrida que sempre foi difícil para ele, no Principado, e sequer participou da foto oficial da equipe ou compareceu à coletiva de imprensa programada para algumas horas após o GP.

Na prova, Hamilton liderava com 20s de vantagem para o companheiro Nico Rosberg e Sebastian Vettel, da Ferrari. Quando o Safety Car foi acionado, a equipe decidiu chamá-lo aos boxes, acreditando que ele teria tempo suficiente para voltar à frente, o que não aconteceu. Após a corrida, o chefe do time, Toto Wolff, reconheceu o “erro matemático”.

Perder provas por fatores externos é algo comum aos pilotos. Vettel, que foi segundo em Mônaco, lembrou do GP da Coreia do Sul de 2010, que quase o fez perder o título.

“É normal ter altos e baixos. Provavelmente o mais baixo foi em 2010, na Coreia, quando eu estava na liderança e o motor explodiu. Fernando [Alonso], na época, meu grande rival, com três corridas para o final do campeonato, venceu a corrida. Aquilo foi muito ruim. Não terminamos a prova - e teria ficado feliz com o terceiro lugar naquela ocasião, mas acho que as circunstâncias com Lewis eram completamente diferentes”, comparou.

Felipe Massa passou por situação semelhante, no GP da Hungria de 2008 - e acabou perdendo o título por um ponto no final daquele ano. “O esporte é assim. Quantos jogos de futebol a gente não viu em que um time mandou no jogo o tempo inteiro e perdeu no final porque tomou um gol na hora que importava? Erros acabam acontecendo. Tem que tirar lições para que isso não se repita. Erros fazem parte do esporte de alto nível.”

Mesmo estreando na Fórmula 1 neste ano, Felipe Nasr também traz consigo experiências em que as coisas fugiram de seu controle.
“Passei casos na Fórmula 3 em que estava liderando corrida e o carro quebrou. Em outra ocasião eu tive um pneu furado… é frustrante, mas você tem de ver que um carro de corrida quebra e, uma hora, ele vai te deixar na mão - por culpa da equipe ou por não. Você tem de saber ganhar e saber perder.”

Hamilton terá uma chance de apagar a decepção de Mônaco daqui a duas semanas, no GP do Canadá.