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Chefe da Williams relembra bate-boca com Massa: 'Eu o acusei de fingir'

Massa está na Williams desde o início de 2014 - Dan Istitene/Getty Images
Massa está na Williams desde o início de 2014 Imagem: Dan Istitene/Getty Images

Julianne Cerasoli

Do UOL, em Montreal (CAN)

02/06/2015 06h00

Eles eram rivais e já bateram boca. Agora, são dois dos principais pilares do renascimento da equipe Williams na Fórmula 1. Pat Symonds foi o primeiro a chegar: engenheiro com mais de 30 anos de experiência na Fórmula 1, assinou contrato em julho de 2013 com a missão de reestruturar a parte técnica da equipe. Para isso, precisava também de um piloto rodado, que soubesse o caminho das vitórias. E a escolha acabou sendo pouco óbvia para ele.

Isso porque, até o final de 2013, o único contato mais longo com o brasileiro não tinha sido dos mais amigáveis, como revelou em entrevista exclusiva ao UOL Esporte.

“Antes do Felipe vir para a Williams, eu não o conhecia muito bem. Acho que a única vez em que tinha falado com ele por mais tempo tinha sido quando estávamos brigando na sala dos comissários em Monza em 2006. Eu lembro de acusá-lo de fingir que não falava inglês quando eu sabia que ele falava muito bem”, relembra o engenheiro, rindo.

O episódio ocorreu quando Massa acusou Fernando Alonso, então na Renault e em plena disputa pelo bicampeonato contra o companheiro do brasileiro, Michael Schumacher, de tê-lo atrapalhado na classificação do GP da Itália. Na ocasião, o espanhol acabou sendo punido.

E foi justamente o rendimento de Massa frente a Alonso anos depois, quando o espanhol foi para a Ferrari, que convenceu Symonds a contratá-lo na Williams.

“Conheço muito bem o Alonso, sei o quão bom e o quão difícil ele é. Então o fato dele estar correndo com o Alonso - e correndo bem - me deu a confiança de que o cara era bom. Foi isso que eu disse para ele na primeira vez que conversamos antes dele vir para a Williams: ‘Você já bateu o Fernando, então eu acredito em você’. E acho que essa atitude - não só da minha parte, mas também do resto da equipe - fez com que ele relaxasse.”

Para Symonds, essa confiança foi fundamental para que Massa ressurgisse na Williams após os anos difíceis na Scuderia. “Ele não está mais lutando contra um mundo todo liderado por Fernando Alonso. Agora ele faz parte da equipe: gostamos do que ele faz e a maneira como ele faz. Um dia ele vai bater Valtteri e outro não, e isso não tem importância. Todos estão forçando para que a equipe melhore.”

Mas o engenheiro, que trabalhou também com Ayrton Senna e Michael Schumacher, salienta que, ainda que seja competitivo, Massa é diferente. “Ele é uma pessoa excepcional para se trabalhar, é uma pessoa muito boa e, ao mesmo tempo, é muito competitivo. Ele é tão gente boa que, se eu o encontrasse em um restaurante e ele dissesse que é piloto, eu nunca acreditaria. Mas quando o vejo em um carro de corrida, ele é incrível.”

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