Calado, substituto de Vettel toma vodca no gargalo e tem namorada 'secreta'

Ele não costuma chamar a atenção por onde passa. Franzino – não chega a 60kg apesar do 1,75m de altura – caminha a passos decididos nos paddocks da Fórmula 1 mundo afora. As palavras, apesar de dominar quatro idiomas, são poucas e diretas. Afinal, Daniil Kvyat sabe o que quer.

“Sempre quero vencer. Quando comecei minha primeira temporada na Fórmula 1, ano passado, com a Toro Rosso, eu pensei comigo mesmo: 'por que não vencer o campeonato?'. Claro que era só um desejo, mas as coisas foram se tornando mais reais rapidamente e percebi que era melhor trabalhar o dia a dia e deixar os sonhos para os demais.”

Mas toda dureza do russo, que passou grande parte da carreira na Itália, onde aprendeu a língua local e o espanhol, além do inglês, parece desaparecer fora das pistas. Mesmo garantindo que “não tem tempo para namorar”, o piloto costuma ser visto na companhia de uma jornalista italiana da Fórmula 1 ou rodeado de amigos. E não economiza na vodca. Se não tiver copo, vai no gargalo mesmo.

Nas pistas, o agressivo russo agradou os chefes em sua primeira temporada e foi escolhido para substituir Sebastian Vettel na Red Bull, deixando para trás o então companheiro, mais experiente, Jean-Eric Vergne.

E são os passos de Vettel que Kvyat busca seguir, logo em sua primeira prova na Fórmula 1, ficou no top 10 e quebrou a marca, que então era do alemão, de piloto mais jovem a pontuar na categoria. O recorde do então piloto de 19 anos seria quebrado nesta temporada justamente por seu sucessor na Toro Rosso, Max Verstappen, mas se tornou um cartão de visitas.

A primeira temporada foi de altos e baixos, mas o suficiente para a 'promoção' à Red Bull, onde encararia o homem que derrotou o próprio Vettel, Daniel Ricciardo. Nas oito provas disputadas até aqui, obteve um ótimo quarto lugar no GP de Mônaco, mas vem perdendo de 5 a 3 em classificações e tem quase metade (19 contra 36) dos pontos do companheiro, um desempenho irregular que vem lhe rendendo algumas críticas. “Agora eu tenho de reagir a essa situação”, admite. “Este é o mundo real, com fatos reais e não um conto de fadas em que a sorte é a moeda.”

O pensamento frio continua quando o piloto é questionado sobre sua juventude. “Todo mundo fala em 'geração Playstation' mas eu nunca tive um. O kart é o suficiente. Não tenho nenhum jogo nem no meu iPhone”, garante.

Kvyat e o circo da Fórmula 1 voltam às pistas no GP da Grã-Bretanha, dia 5 de julho, em Silverstone.