Topo

Fórmula 1

A F-1 tem que pensar na molecada, não nos velhos, defende chefe de Massa

Categoria deve passar por grandes mudanças no regulamento antes de 2017 - REUTERS/Chris Wattie
Categoria deve passar por grandes mudanças no regulamento antes de 2017 Imagem: REUTERS/Chris Wattie

Julianne Cerasoli

Do UOL, em São Paulo

28/07/2015 06h00

Há quem defenda carros com visual do início dos anos 1980 e há quem queira a velocidade da primeira década dos anos 2000. Porém, para um dos engenheiros mais experientes da Fórmula 1, Pat Symonds, qualquer mudança no regulamento da categoria tem que olhar para o futuro. Afinal, não é porque algo funcionou no passado que pode ser replicada em meio a tantos avanços no campo da engenharia.

“Quando falamos em novas regras, acho que o importante é não fechar a mente e dizer: 'é assim que tem de ser' porque funcionou em 1970 ou sei lá quando. Não estamos mais em 1970. Temos que pensar soluções para carros de 2020, cinquenta anos depois”, afirmou o profissional, hoje diretor técnico da Williams e considerado um dos grandes responsáveis pelo crescimento do time, ao UOL Esporte. “Contando que continuemos avançando, que façamos carros que a garotada quer, e não os velhos, estou contente.”

Symonds evita comentar sobre as propostas de mudanças divulgadas pela Federação Internacional de Automobilismo, que incluem o retorno do reabastecimento, carros até 6s mais rápidos, mais barulhentos e com visual mais agressivo.

“Em se tratando de regras, a expressão que usamos em inglês é que o diabo está nos detalhes. A proposta em geral não é o importante, e sim a maneira como está escrito no regulamento.”

Uma das ideias que estão sendo estudadas é tornar os carros mais rápidos, aumentando a pressão aerodinâmica. Contudo, isso jogaria fora o trabalho que o próprio Symonds e outros engenheiros de ponta da Fórmula 1 fizeram  a partir do regulamento de 2009, visando justamente diminuir a pressão aerodinâmica para criar mais oportunidades de ultrapassagem. Mesmo assim, o inglês se mostra aberto a mudanças.

“O trabalho no grupo de ultrapassagem foi muito interessante e acredito que teve um certo sucesso. Mas muitas pessoas acham que foi um grande estudo científico e não foi. Foi um estudo bem limitado: todo o nosso estudo provavelmente é o equivalente ao que uma equipe faz em uma semana”, reconheceu.

“A realidade é que fizemos aquele trabalho porque ninguém aceitaria que houvesse algo como o DRS. Diriam que isso não é F-1. Mas o DRS teve muito mais sucesso do que qualquer coisa que fizemos no grupo de ultrapassagem e acho que todos concordam que foi algo que contribuiu para as corridas”, disse, referindo-se ao sistema, adotado em 2011, que diminui a pressão aerodinâmica nas retas quando um carro está a menos de um segundo de seu rival.

As novas regras da Fórmula 1 devem ser finalizadas até meados do ano que vem e vão entrar em vigor na temporada de 2017.

Fórmula 1