Topo

Fórmula 1

Pirelli tem a missão de trazer disputas à F-1. Mas é campeã de polêmicas

Geert Vanden Wijngaert/AP
Imagem: Geert Vanden Wijngaert/AP

Do UOL, em São Paulo

30/08/2015 06h00

Há cinco anos, a Pirelli decidiu encarar um grande desafio na Fórmula 1: fornecer pneus de alta degradação, arriscando sua imagem em favor do espetáculo. Afinal, uma corrida com mais alternativas de estratégia seria mais interessante para o público e proporcionaria mais ultrapassagens. Na teoria, contudo, isso tem se mostrado uma tarefa dura de cumprir.

De lá para cá, os italianos tiveram de mudar algumas vezes seus compostos, a fim de ficar de acordo com os desejos de equipes e pilotos. Porém, os estouros nos pneus de Sebastian Vettel e Nico Rosberg no GP da Bélgica, no último final de semana, demonstraram que o clima de tensão ainda é grande e que a fornecedora está longe de agradar. Com uma decisão sobre a entrada de outros fabricantes de pneus para a temporada de 2017 se aproximando, aumenta também a pressão sobre a empresa, que já passou por diversas polêmicas desde seu retorno, no início da temporada 2011.

As 5 maiores polêmicas da Pirelli na F-1

1. Sequência de estouros no GP da Grã-Bretanha de 2013
Tudo começou com Lewis Hamilton, inglês, que liderava seu GP caseiro quando teve um pneu estourado. O mesmo se repetiu com outros pilotos durante o GP da Grã-Bretanha, o que obrigou a Pirelli a mudar seus compostos já para a etapa seguinte por questões de segurança. A alteração foi fundamental para o campeonato: Sebastian Vettel, a bordo da Red Bull, que usava melhor os pneus mais duros fornecidos pela empresa a partir de Silverstone, ganhou nove etapas em sequência e foi campeão.

2. Os testes secretos
Dois meses antes da corrida de Silverstone, a Pirelli já estava em maus lençóis: foi revelado que a Mercedes tinha realizado testes a mando da empresa para avaliar novos compostos, o que não seria permitido pelo regulamento. A polêmica acabou com apenas uma repreensão por parte da Federação Internacional de Automobilismo, sem penas adicionais.

3.  Acidente

Na época do acidente fatal com Jules Bianchi, os pilotos, liderados por Sebastian Vettel e Lewis Hamilton, reclamaram da qualidade dos pneus. O inglês chegou a declarar que "não é segredo nenhum que eles não são os melhores pneus que já conheci." No relatório que apontou as causas do acidente do francês, feito por uma comissão independente nomeada pela FIA, contudo, a Pirelli foi eximida de culpa.

4. Crise das cambagens

O mesmo GP da Bélgica que teve os estouros de Vettel e Rosberg foi palco de uma polêmica há quatro anos, quando a Red Bull pediu que seus pneus fossem trocados após a classificação, algo que não é permitido pela regra, pois estavam com bolhas. Os italianos justificaram que isso era devido à má utilização de seu produto: em outras palavras a Red Bull, a fim de obter ganhos aerodinâmicos, estava utilizando uma cambagem (angulação entre suspensão e pneu) superior à indicada e era isso que estava ocasionando as bolhas. No fim das contas, a Pirelli ganhou a queda de braço e a Red Bull teve de trocar seus pneus logo nas primeiras voltas.

5. Vitória com 4 paradas
A vitória de Fernando Alonso no GP da Espanha se tornou um problema para a Pirelli: afinal, o piloto espanhol havia conquistado a vitória com uma estratégia de quatro paradas, em uma prova na qual grande parte dos pilotos fez três trocas de pneus. Isso foi considerado exagerado, dificultando o andamento da disputa por parte dos espectadores. De lá para cá, a tentativa dos italianos tem sido fornecer pneus que permitam completar um GP com duas a três paradas.

Fórmula 1