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'Arrisco minha vida de graça na Fórmula 1', revela piloto espanhol

Andrew Hone/GettyImages
Imagem: Andrew Hone/GettyImages

Do UOL, em São Paulo

02/10/2015 06h00

Ele pilota o pior carro da Fórmula 1 - ou pelo menos pilotava, antes de receber a notícia um dia antes dos treinos livres do GP de Cingapura de que seria substituído em cinco das sete últimas etapas do campeonato por um piloto que traria dinheiro à equipe. E não recebe nada por isso.

Roberto Merhi fez sua estreia na categoria nesta temporada, pela Manor. No início, ficou acordado que faria quatro corridas, uma vez que não trazia patrocínio para a equipe. Porém, o espanhol foi permanecendo até a 13ª etapa, quando perdeu a vaga para o norte-americano Alexander Rossi.

Falando sobre seu salário nesta temporada à rádio espanhola Cope, Merhi foi lacônico. “Zero. Arrisco minha vida de graça.” Perguntado se não recebe nenhum tipo de patrocínio, o espanhol insistiu. “Você alguma vez me viu com camiseta de patrocinador?”

E pior: a experiência na categoria não foi tudo o que o piloto de 24 anos imaginava. “É menos do que eu esperava. Digamos que você imaginava que era tudo simples, que estava tudo encaminhado. Mas, talvez por ser uma equipe mais modesta, eu tenho que fazer muito mais do que eu esperava. Além disso, o que é surpreendente é a diferença entre os carros. Você vê uma Mercedes passar e eles somem em duas curvas. É uma distância maior do que entre categorias em que já corri.”

Após perder a vaga para Rossi - o norte-americano só não correrá nos dois GPs que coincidem com o outro campeonato que disputa, a GP2 - Merhi diz que negocia com duas equipes para o ano que vem, mas lamenta a falta de patrocínio. “Eles pedem de seis a oito milhões de euros. Dependendo de sua qualidade, podem chegar a pedir até 30 milhões. Todos acabam pagando indiretamente. As últimas equipes que não cobram são as quatro primeiras e a McLaren.”

A Manor, de Merhi, ficou marcada como a dos dois últimos pilotos que morreram em decorrência de acidentes na F-1. A primeira foi Maria de Villota, piloto de testes, pouco mais de um ano depois de um sério acidente. A autópsia revelou uma arritmia cardíaca que, acredita-se, era um dos efeitos colaterais da batida. Já a segunda morte foi de Jules Bianchi, que não resistiu às lesões cerebrais após ficar em coma por nove meses depois do acidente no GP do Japão de 2014.

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