Red Bull pode conseguir motor Ferrari 'na marra' com manobra política

A incerteza em relação ao futuro da Red Bull e da Toro Rosso pode tomar rumos políticos nas próximas semanas. A empresa austríaca diz que só permanece na Fórmula 1 se tiver um motor competitivo, e sua última esperança é a Ferrari após a negativa da Mercedes e da Honda e a quebra da parceria atual com a Renault. Mas os italianos, por enquanto, ofereceram um motor defasado aos rivais.

Porém, como a Red Bull tem poder de veto nas decisões da Comissão de F-1, o cenário pode se alterar. Um dos artigos que precisam ser votados é justamente o que obriga todas as equipes a usar “uma unidade de potência idêntica à que foi homologada pela FIA (Federação Internacional de Automobilismo)”.

Em troca, a Red Bull poderia dar seu voto favorável à permissão de desenvolvimento dos motores ao longo da temporada, algo que vem sendo pleiteado pela Ferrari. Pelo atual regulamento, os motores serão homologados apenas uma vez, dia 28 de fevereiro, em 2016.

Enquanto não há uma decisão, o promotor da Fórmula 1, Bernie Ecclestone, tenta manobrar uma saída, mas reconhece que o cenário é complicado. "A Red Bull obviamente quer o melhor motor para competir, mas Mercedes e Ferrari não querem isso porque temem o que pode acontecer. Não é o ideal, mas Mateschitz [dono da Red Bull] terá de ser paciente. Definitivamente não queremos que eles saiam."

Honda está fora
Um dia depois circular o rumor de que a Honda poderia ajudar a resolver pelo menos parte da crise com a Red Bull e fornecer motores para a Toro Rosso em 2016, os japoneses se apressaram em confirmar que só as McLaren continuarão contando com seus motores na próxima temporada.

De acordo com o chefe de automobilismo da empresa, Yasuhisa, a exclusividade da McLaren deve durar, pelo menos, até o final do ano que vem. A ideia da empresa é se concentrar apenas em um time para desenvolver melhor sua unidade de potência.

A informação foi reforçada hoje pela porta-voz da empresa. “A Honda não tem planos de fornecer para um segundo time ano que vem, isso não mudou. Como dissemos desde nosso retorno à Fórmula 1, estaremos abertos a isso em um futuro próximo. Contudo, está muito tarde no calendário de 2015 para tomar esse tipo de decisão, e é improvável que vamos fornecer motores a quaisquer outros times para a temporada de 2016.”