Espanhol bateu a 310 km/h e deve disputar GP. Asa pode ter causado batida

Uma falha no sistema da asa traseira móvel é a principal suspeita para o forte acidente sofrido por Carlos Sainz no terceiro treino livre para o GP da Rússia. O espanhol, que chegou a ficar preso debaixo do guard rail, não sofreu qualquer lesão e foi liberado para disputar a prova, após um choque que encerrou prematuramente a última sessão antes da classificação da 15ª etapa da temporada.

Sainz passou no final da reta a 309,4 km/h e se preparava para a freada da curva 13 quando o carro ricocheteou de forma estranha para a esquerda, batendo no muro. Com o primeiro impacto e a quebra das duas rodas esquerdas, o carro ficou completamente sem poder de frenagem e acabou chocando-se violentamente com o guard rail. Com o impacto, a Toro Rosso ficou debaixo da proteção, feita de plástico e preenchida com água para suavizar impactos.

Preso, o espanhol não conseguiu sair sozinho, precisando da ajuda dos médicos e causando o fim prematuro do último treino livre antes da classificação. Sainz, contudo, permaneceu consciente o tempo todo e não teve nenhuma lesão constadada. Porém, permanecerá no hospital nesta noite como precaução.

As imagens levantaram a suspeita de que o DRS tenha demorado a fechar, tirando estabilidade do carro. A asa móvel é utilizada apenas nas retas para diminuir a resistência do ar e aumentar a velocidade do carro. Para que não haja o risco dela permanecer aberta nas curvas, o sistema é montado para automaticamente voltar ao normal quando o piloto pisa no freio.

No circuito de Sochi, o sistema tem dado dor de cabeça para as equipes devido à proximidade da primeira curva depois da reta. “Aqui é muito delicado. Se o DRS está no modo automático e o piloto freia 5m depois, ele vai ter problemas. Por isso instalamos um sistema manual aqui para o piloto primeiro desativar a DRS e depois frear”, explicou o diretor técnico da Lotus, Alan Permane. Não está claro se a Toro Rosso adotou solução semelhante.

Críticas
Logo após o acidente, começaram a circular questionamentos em relação à altura dos bicos dos carros, que foi diminuída nos últimos anos para evitar que pilotos sejam atingidos na cabeça em batidas fontais ou em T (quando o bico de um carro atinge o outro lateralmente). “Fomos os primeiros a reclamar disso quando as regras surgiram”, lembrou Helmut Marko, consultor da Red Bull, dona da Toro Rosso.

Outro questionamento foi em relação à área de escape asfaltada e ao tipo de barreira.

Porém, a segurança do carro e da pista foram elogiadas pelo arquiteto Hermann Tilke, autor do projeto do circuito de Sochi e de grande parte dos demais palcos da temporada. “Este foi o pior cenário possível e tudo funcionou bem”, afirmou. “O piloto não se machucou. Não poderia ser melhor.”

A corrida será às 14h locais e às 8h pelo horário de Brasília. Nico Rosberg larga em primeiro, à frente de Lewis Hamilton e Valtteri Bottas. Felipe Nasr é o 12º e Felipe Massa, o 15º.