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Amante e 'espiã' de Enzo Ferrari na F-1 morre aos 80 anos na Itália

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Imagem: Reprodução

Do UOL, em São Paulo

25/11/2015 10h38

Ela ajudou a tornar as Ferraris mais atraentes para as mulheres, serviu como uma espécie de espiã de Enzo Ferrari dentro da equipe de F-1 e foi amante do Comendador por décadas. Fiamma Breschi, morta aos 80 anos nesta semana em Florença, na Itália, foi, a sua maneira, uma das mulheres mais importantes do automobilismo italiano.

A história começou na década de 1950, quando a então adolescente se tornou amante do piloto ferrarista Luigi Musso. O romano chegou a deixar esposa e filhos para ficar com a jovem antes de morrer, em um acidente no GP da França de 1958. Ao saber da notícia, Fiamma chegou a tentar se jogar da janela do hotel, mas foi impedida pela namorada de Fangio, Lulu, e a esposa de Maurice Trintignant, Lulu.

Meses depois, passou a receber cartas de Enzo, que a chamou a visitar Maranello, “onde seria sempre bem-vinda”, como revelou em entrevista ao documentário “A Vida Secreta de Enzo Ferrari”.

Na sede da Ferrari, Fiamma descobriu as verdadeiras intenções do Comendador. Primeiro, ele queria uma opinião feminina a respeito de seus carros de rua, pois percebia que “as mulheres tinham inveja dos carros dos maridos” e a mulher então passou a dar dicas de como tornar os modelos mais atraentes para os passageiros. Tanto, que em 1966, ela ganhou a primeira Ferrari amarela já construída, uma 275 GTB 4.

Aos poucos, Fiamma também passou a ser figura importante nas corridas, nas quais era uma espécie de espiã de Ferrari. “Eu tinha que saber o que estava acontecendo. Depois voltava a Maranello para dar minhas opiniões pessoalmente.”

Não demorou para Enzo passar a cortejá-la. O italiano, que já tinha uma esposa, Laura, e uma amante, Lina, com quem tinha um filho - Piero, que até a morte de Laura sequer podia usar o sobrenome Ferrari, mas que hoje é o herdeiro da empresa - dizia a Fiamma que ela era “a primeira mulher de sua vida”.

Foram anos de muitas cartas até a morte de Enzo, em 1988. Até sua morte, Fiamma guardava, junto do capacete amarelo de Musso, todas as recordações do Comendador. “Ele era uma presença constante na fábrica”, relembrava a italiana. “Estava presente aos sábados e domingos e até em datas festivas, como na Páscoa ou no Natal. Ele nunca traía seus carros. Outras coisas, talvez sim”.

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