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'Se não tivermos testes, a Fórmula 1 não terá pneus', diz chefe da Pirelli

AFP PHOTO/ TOM GANDOLFINI
Imagem: AFP PHOTO/ TOM GANDOLFINI

Julianne Cerasoli

Do UOL, em São Paulo

26/11/2015 06h00

A temporada de 2015 da Fórmula 1 está acabando neste final de semana, com o GP de Abu Dhabi, mas a categoria já está de olho em 2017, quando deverá ser realizada uma extensa mudança de regras visando aumentar a competitividade da categoria.

Mas ainda falta muita coisa a ser decidida. A começar pelo próprio regulamento, o que preocupa especialmente a fornecedora mais pressionada por todos os lados, a Pirelli. Como o centro das propostas para 2017 é tornar os carros 5s mais rápidos - e a promessa da fabricante de pneus é obter, só com seu próprio produto, metade deste ganho - mais do que nunca o antigo pedido de aumentar as possibilidades de realizar testes na pista ganha importância.

Isto, a ponto do chefe de automobilismo da Pirelli, Paul Hembery, avisar: a Fórmula 1 pode ficar sem pneus caso não dê testes à fabricante, que acaba de assinar a extensão de seu atual contrato com a categoria.

“Nossos pedidos serão atendidos porque, caso contrário, eles não terão pneus. Então vão ter que encontrar uma solução, porque senão não vai ter campeonato em 2017 porque será impossível fazer o que foi pedido”, disse Hembery em entrevista exclusiva ao UOL Esporte.

“Não há nenhuma empresa no mundo que poderia fazer o que estamos fazendo sem testes. Há muitas questões envolvidas - algumas políticas, algumas emocionais e financeiras - mas temos de encontrar uma solução.”

Apesar das equipes e dirigentes concordarem que a Pirelli precisa de mais testes - e desta compreensão ter sido a chave para a renovação do contrato - Hembery reconhece que ainda não há nada fechado.

“Isso não foi totalmente resolvido porque, sem ter as regras, não temos como saber com qual carro podemos testar. Vamos poder usar um carro modificado de 2016 ou teremos que utilizar algo que represente todas as soluções do regulamento de 2017? Precisamos de um carro que tenha, pelo menos, o mesmo nível de pressão aerodinâmica que o carro de 2017 vai ter, mas eles ainda não entraram a um acordo sobre isso. Primeiro eles precisam definir quais serão as regras e, depois, vamos encontrar uma solução.”

A expectativa, segundo o engenheiro, é de que as regras sejam definidas até o final deste ano. A Pirelli afirma que é necessário começar os testes já com um carro que, ao menos simule as condições de 2017, no máximo em maio do ano que vem.

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