Agora na Williams, 'Hamilton da Ferrari' vê chance para correr em 2017
O canadense Lance Stroll surpreendeu a Fórmula 1 em novembro. Contratado pela Ferrari em 2010, aos 11 anos, fez parte do programa de desenvolvimento de pilotos da equipe por cinco anos. No entanto, no fim de 2015, deixou o time italiano e assinou com a Williams.
Hoje, aos 17 anos, Stroll ocupa a vaga de piloto de testes do time britânico e garante que não está arrependido. Segundo ele, eram pequenas as chances de conseguir uma vaga a curto prazo para correr na Ferrari, que costuma emprestar jovens pilotos a equipes parceiras – caso da Sauber, por exemplo.
“A Williams tem um grande histórico de apostar em jovens pilotos. Eles deram chances a muitos novados na Fórmula 1. Isso é importante para nós, porque a Ferrari tem um olhar diferente; eles tendem a dar chance a pilotos mais veteranos, para brigar pelo campeonato”, disse Stroll, em entrevista ao site Motorsport.
Na Ferrari, Stroll era cotado para ser um novo Lewis Hamilton – um piloto apadrinhado pela equipe desde a infância para ser trabalhado como um futuro campeão. No entanto, segundo o canadense, a escuderia italiana ficava devendo no trabalho junto a mecânicos e pilotos titulares.
“Eu estava no programa da Ferrari, que era mais básico – um programa de treinamento, muito trabalho físico e psicológico. A Williams faz isso também, mas, ao mesmo tempo, eu tenho muito mais tempo próximo da equipe de Fórmula 1 – mais tempo de simulador, mais envolvimento com os engenheiros nos finais de semana de corrida”, disse.
“Eu me sinto muito mais próximo (da Fórmula 1) agora com a Williams, e estou trabalhando com ele ao invés de apenas fazer parte de um treinamento com a Ferrari. Para o futuro, é o movimento certo”, completou.
Apesar do tom crítico, Stroll elogiou a Ferrari e admitiu que a decisão de deixar “o maior time do automobilismo” não foi fácil. Entretanto, afirmou estar empolgado na nova equipe, e disse esperar uma chance de titular em 2017 – tanto Felipe Massa quanto Valtteri Bottas têm contratos apenas até o final de 2016.
“Tudo depende de como será este ano. Seria ótimo correr na Fórmula 1 – não vou mentir, é o que todo jovem piloto quer. Se a oportunidade chegar, seria fantástico”, afirmou, adotando um discurso político. “Mas meu foco ainda não está em 2017. Estou focado na Fórmula 3 (europeia) e tentando vencer o campeonato, fazendo meu trabalho da melhor maneira possível”, completou.
Campeão da Fórmula 4 italiana em 2014, Lance Stroll é um nome bastante cotado para chegar à Fórmula 1. O canadense é filho de Lawrence Stroll, magnata da moda e um dos responsáveis pelo sucesso da grife Tommy Hilfiger. O pai do piloto é dono do Circuito de Mont-Tremblant (palco do GP do Canadá em 1968 e em 1970) e já esteve cotado para comprar de Bernie Ecclestone parte das ações da F1.
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