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Fórmula 1

Mesmo com pressão de pilotos, proteção no cockpit da F1 enfrenta 5 desafios

Julianne Cerasoli

Do UOL, em São Paulo

09/02/2016 06h00

A pedido dos pilotos, a Fórmula 1 estuda uma maneira de aumentar a proteção na região em que, atualmente, se concentram as lesões mais graves no automobilismo: a cabeça.

O conceito chamado halo está ganhando força pois é o mais efetivo para proteger a cabeça dos pilotos ao mesmo tempo em que não provoca grandes alterações no carro. Isso faz com que sua adoção já seja possível para o ano que vem, como pedem os pilotos.

O halo é sustentado por uma haste que sai da parte da frente do cockpit e se junta a outra, circular, que passa ao redor da cabeça do piloto. O sistema se abriria para trás, por meio de acionamento de botão.

Vários estudos foram feitos especialmente depois de 2009, quando o piloto da GP3 Henry Surtees, morreu após ser atingido por um pneu, mas as soluções encontradas ainda esbarram em alguns entraves técnicos. Assim, apesar do mundo da F-1 concordar que chegou o momento de aumentar a proteção na área da cabeça, ainda não existe um acordo sobre o que será feito.

Entenda os 5 problemas do “cockpit fechado” na F-1:

 

1. Pressa: Assim como as demais alterações nos carros de 2017, qualquer proteção para a cabeça dos pilotos precisa ser aprovada rapidamente. Após 1º de março, a aprovação só poderá ser obtida com unanimidade, algo difícil de ser conseguido na categoria.

2. Visibilidade x resistência: O britânico Anthony Davidson, um dos que testou o halo em simulador, admitiu que a coluna posicionada logo à frente da cabeça do piloto atrapalha a visibilidade, que já é prejudicada por outros dispositivos de segurança, como as laterais altas do cockpit e o HANS (dispositivo que segura a cabeça do piloto). Assim, os engenheiros estão tentando tornar essa coluna o mais fina possível, mas mantendo sua capacidade de aguentar os choques.

3. Colisões com a barreira de pneus: A grande preocupação é com colisões entre carros e com o perigo de pneus voarem em acidentes - uma vez que, apesar dos esforços dos últimos 15 anos, não tem sido possível evitar que as rodas se soltem em batidas mais fortes. Porém, fica a dúvida de como seria a extração de um piloto quando há uma colisão frontal em que o cockpit fica por baixo da barreira de pneus, como aconteceu com Carlos Sainz na Rússia. Isso gera a necessidade de instalar sistemas alternativos para a abertura do cockpit.

4. Capotamentos: Outro caso em que é necessário alterar a forma como o halo abre é quando o carro para de ponta cabeça após um capotamento, algo que ainda não foi definido.

5. Estética: Existe uma preocupação em fazer com que o sistema de proteção adotado seja esteticamente bonito e não interfira muito no visual do carro, um equilíbrio que vem sendo difícil de obter, pois trata-se de uma mudança bastante marcante em relação ao que a F-1 teve durante seus mais de 65 anos de história.

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