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'Cobaias' da proteção no cockpit, pilotos da Ferrari aprovam a novidade

Getty Images
Imagem: Getty Images

Do UOL, em São Paulo

05/03/2016 06h00

Os últimos dias dos testes da pré-temporada ficaram marcados pela estreia, nas pistas, do halo, dispositivo preferido pela Federação Internacional de Automobilismo para servir como proteção para a cabeça dos pilotos a partir da temporada de 2017.

Únicos pilotos a usarem o dispositivo na pista até o momento, Kimi Raikkonen e Sebastian Vettel relataram não terem sentido grandes dificuldades de visibilidade e destacaram que a versão testada pela Ferrari não é a final.

"Obviamente, a visão é um pouco diferente, há uma limitação maior na parte frontal, mas não acho que esta é a versão final, então surpreendentemente, a diferença é pequena", afirmou Kimi Raikkonen. Vettel também disse não ter sido atrapalhado pelo halo, cuja uma das hastes é apoiada exatamente na parte da frente do cockpit. “Dá para ver o que precisa. Podemos melhorar em termos estéticos e em relação a quanto te atrapalha. Veremos evoluções”, lembrou Vettel.

Mesmo reconhecendo que o modelo não é dos mais atrativos visualmente, o tetracampeão lembrou que a mudança será em nome da segurança.

“A princípio, a aparência não e muito boa, mas se ajudar a salvar vidas, então pelo menos dois pilotos nos últimos anos ainda estariam entre nós - Henry Surtees e Justin Wilson. Nada justifica não ter esses dois caras mais entre nós”, afirmou, citando dois acidentes fatais - um em uma categoria de base e outro na Fórmula Indy - em que objetos atingiram a cabeça dos pilotos.

Se tiver opção, corro sem
A opinião de Vettel é completamente diferente à de Lewis Hamilton. O tricampeão chegou a afirmar que, “se houver a opção, não vou correr com isso”, chamando o halo de “horrível”. Outro que desaprovou a novidade foi Nico Hulkenberg. Para o alemão, a Fórmula 1 “precisa manter algum elemento de perigo”.

Posturas como a de Hamilton e Hulkenberg foram criticadas por outros pilotos favoráveis ao halo. Daniel Ricciardo disse que o alemão “não precisava dar uma de herói” ao querer permanecer usando o cockpit aberto, enquanto Nico Rosberg lembrou que os pilotos que lutaram para o aumento da segurança no esporte sempre foram criticados.

“Posso entender puristas que vão dizer ‘mas, mas, mas’, porém os puristas sempre reclamaram nos últimos 50 anos. Quando Jackie Stewart estava lutando pela segurança nos anos 1970, ele era duramente criticado e aqueles carros eram absolutamente letais. E na época até ele era criticado”, lembrou o alemão.
A implantação do halo ainda não está completamente definida. Com vários pontos ainda em aberto, o regulamento para o campeonato de 2017 só deve sair em sua versão definitiva no final de abril.

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