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McLaren ganha 'mãozinha' de combustível para diminuir prejuízo do motor

Peter J Fox/Getty Images
Imagem: Peter J Fox/Getty Images

Do UOL, em São Paulo

29/03/2016 06h00

Engana-se quem pensa que a evolução demonstrada pela McLaren nesta temporada veio somente da melhora do motor Honda. Parte importante da maior potência que o conjunto de 2016 tem vem diretamente dos ganhos com o desenvolvimento de melhores combustíveis e lubrificantes.

Como há limitações para o uso de combustível no atual regulamento - o fluxo não pode ultrapassar 100kg/h - as parcerias com as empresas que cedem esses produtos se tornaram fundamentais para aumentar sua eficiência.

Porém, a parceira da McLaren - Mobil - era considerada um elo fraco no time e foi apontada como um dos motivos pelos quais, mesmo usando os potentes Mercedes em 2014, o carro não tinha o rendimento de outros também empurrados pelos propulsores alemães, como a Williams.

O diretor global de tecnologia automobilística da empresa, Bruce Crawley, reconheceu que o fato da Mercedes saber que aquele seria o último ano da parceria comprometeu os resultados. “Foi muito difícil do ponto de vista de propriedade intelectual, porque nenhum dos dados queria entregar informações.”

No ano seguinte, os desafios foram outros: com a chegada da Honda, primeiramente os engenheiros da Mobil tinham de trabalhar com outra cultura, e ainda tinham de lidar com as dificuldades de levar as amostras de combustível da Inglaterra para o Japão.

“O mais desafiador, como em qualquer relação nova, é conhecer as pessoas, entender como trabalhar juntos. Então no primeiro ano passamos muito tempo desenvolvendo essas relações pessoais”, afirmou.

Em 2016, os primeiros frutos dessa relação começam a aparecer. O próprio chefe da McLaren, Eric Boullier, creditou grande parte da evolução do motor para esta temporada ao combustível. E os números não mentem: um ano depois de ser 16km/h mais lenta que os rivais no GP da Austrália do ano passado, a McLaren ficou a 10km/h da Mercedes, 5,5km/h da Ferrari e 1km/h mais rápida que a Renault. E a expectativa é melhorar ainda mais ao longo do ano.

“Queremos fazer dois ou três outros upgrades de combustível e também esperamos trazer um tipo novo de óleo durante a temporada. Já identificamos onde temos de melhorar a performance”, assegurou Crawley.

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