Fórmula 1 foca na TV paga e perde um terço de sua audiência em sete anos

A Fórmula 1 perdeu um terço de sua audiência desde 2008, segundo dados oficiais divulgados pela Formula One Management, que cuida dos direitos comerciais da categoria. Dos 600 milhões de espectadores acumulados durante a temporada de 2008, apenas 400 milhões continuam acompanhando a categoria pela TV.

O grande motivo para a queda seria o aumento dos contratos de exclusividade com TV fechadas em países importantes para a categoria, como o Reino Unido, Itália e, mais recentemente, Espanha.

Os números têm caído ano a ano, mas sofreram um decréscimo mais significativo a partir de 2013, quando a Fórmula 1 perdeu 50 milhões de expectadores em apenas uma temporada, caindo, na ocasião, de 500 para 450 milhões de pessoas. De lá para cá, a perda é de 25 milhões por ano.

De acordo com os detentores dos direitos comerciais da categoria, contudo, não está claro o quanto desse público migrou para mídias digitais. A FOM afirma que já gerou mais de um bilhão de menções nas mídias sociais até agora no ano, envolvendo 21,5 milhões de pessoas no Facebook e gerando 10,5 milhões de visualizações de vídeos.

No entanto, o esporte ainda engatinha em termos de promoção via internet. Até o ano passado, a FOM vinha travando uma batalha com as mídias sociais e a divulgação de vídeos, motivada pela desconfiança de seu chefe, o octagenário Bernie Ecclestone, de que era possível lucrar com estas mídias.

Mas o inglês começa a mudar de ideia. “Eu não entendia. As pessoas me diziam que os jovens estavam fazendo isso mas, como eu disse anteriormente, eles não compram os artigos que nossos patrocinadores usam, então isso não nos ajuda”, disse Ecclestone, referindo-se a uma declaração sobre relógios de alto padrão.

“Era o que eu pensava. Eu foi bem educado. E agora percebo como é importante. Não conseguia ver direito na época que isso poderia ajudar a F-1.”

Mesmo com a queda na audiência, a Fórmula 1 continua a ser transmitida para mais de 200 países, de acordo com a FOM.