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"Me arrasa a alma", diz presidente da Ferrari sobre má fase da equipe

Dan Istitene/Getty Images
Imagem: Dan Istitene/Getty Images

Julianne Cerasoli

Do UOL, em São Paulo

03/05/2016 06h00

Uma estratégia errada na Austrália, uma quebra de motor no Bahrein, um acidente na primeira curva na China. Nas três primeiras etapas do campeonato, a Ferrari enfrentou problemas que dificultaram a percepção sobre o real desempenho da equipe. Na Rússia, contudo, mesmo com novidades no motor e no carro, a equipe teve de enfrentar uma dura realidade: com uma corrida limpa, Kimi Raikkonen foi apenas o terceiro colocado, a mais de 30s do vencedor Nico Rosberg.

“Estamos perto, mas o problema é que os últimos décimos de segundo são os mais difíceis. Nas outras corridas, a performance ficou prejudicada, mas desta vez não: não podemos atribuir a culpa a mais ninguém”, pressionou o presidente Sergio Marchionne, durante evento da Fiat em Turim, na Itália.

“Me arrasa a alma ver a Ferrari sofrer assim. Estava acostumado a ver a Ferrari de Schumacher. Na Rússia, foi uma corrida muito ruim, há muito trabalho pela frente, mas tenho máxima confiança na equipe e de que conseguiremos. Devemos acabar com essa diferença [em relação à Mercedes] na velocidade da luz.”

A etapa russa era fonte de esperança para o time de Maranello, que estreou uma nova asa dianteira, desenhada especialmente para circuitos com carga aerodinâmica semelhante à usada em Sochi, e uma nova configuração de motor. Para a quarta corrida do campeonato, a Scuderia gastou um terço das fichas de desenvolvimento que ainda tem à disposição na temporada, obrigando os dois pilotos a usarem o segundo dos cinco motores aos quais terão direito ao longo do ano. No caso de Vettel, que sofreu a quebra no Bahrein, a central eletrônica utilizada já é a terceira.

“[As novidades no motor] estão funcionando como esperávamos. São algumas melhoras aqui, outras ali, mas não está fazendo uma diferença muito grande”, admitiu Raikkonen, que acredita que a Ferrari ainda está devendo na temporada. “Queremos vencer corridas e colocar os dois carros o mais à frente que pudermos. Mas não temos velocidade suficiente.”

Sabe-se que, em termos de potência total, o motor Ferrari está praticamente igualado com o Mercedes. O problema é que os italianos não conseguem manter seu equipamento funcionando no nível máximo por tanto tempo, o que gera uma discrepância no ritmo de corrida. “Temos uma boa velocidade, mas temos de tomar algumas medidas para economizar combustível, então não dá para forçar tanto quanto o carro pode”, afirmou o finlandês em entrevista coletiva após a prova russa.

Não se sabe quando virá a nova atualização no motor, mas são dois os obstáculos: a cada update, os pilotos terão de utilizar um novo elemento de sua cota e a Ferrari já é a montadora que tem menos fichas de desenvolvimento disponíveis. São apenas seis para serem utilizadas até o final do ano. A Mercedes tem 11, a Honda 14 e a Renault, 24.

A tabela de classificação do mundial de construtores mostra um cenário bem diferente do projetado pelo time no início do ano, quando se colocava como possível rival direto da Mercedes. Após quatro etapas disputadas em 2015, o placar apontava 159 pontos para a Mercedes e 107 para a Ferrari. Agora, é de 157 a 76.

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