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Fórmula 1

Alonso admite chance de aposentadoria em 2017 e vê "perigo" em ser pai

Clive Mason/Getty Images
Imagem: Clive Mason/Getty Images

Julianne Cerasoli

Do UOL, em Barcelona (ESP)

08/06/2016 06h00

A expectativa de carros bem mais rápidos e a possibilidade da McLaren se aproveitar da mudança de regras para pular na frente são as grandes motivações de Fernando Alonso para a temporada de 2017. Porém, uma nova frustração naquela que será sua 16ª como piloto titular também pode representar o fim de sua carreira na Fórmula 1. 

“O ano que vem será muito importante”, reconheceu o bicampeão em entrevista ao UOL Esporte. “Não há dúvidas de que será um ano muito importante para a McLaren, para este projeto e também para a Fórmula 1, porque nos últimos anos houve muito retorno negativo para a categoria. Mudamos os motores, os acordos de TV - hoje se ganha mais dinheiro com a TV mas temos menos espectadores. Temos menos barulho dos carros. Então o ano que vem será muito importante para o esporte e, no meu caso, não será diferente.”

Em 2017, Alonso cumprirá o terceiro e último ano do atual contrato com a McLaren. Desde que chegou ao time inglês, que engatinha com o retorno da parceria com a Honda, o espanhol se viu longe da luta sequer por pódios. Caso isso não mude mesmo com um novo regulamento, com carros e pneus mais largos, mudanças aerodinâmicas, e maior liberdade no desenvolvimento do motor, sua continuidade estará ameaçada;

 Questionado se pode parar, o espanhol sinalizou positivamente. “Tenho um contrato com a McLaren e vou ver como será a sensação com os carros, o quão atrativos eles serão do ponto de vista do piloto e vou tomar uma decisão sobre meu futuro. Se eu continuo com o contrato ou se tomo uma decisão sobre meu futuro (aposentadoria).”

Perguntado sobre o que planeja para a vida fora da Fórmula 1, Alonso garantiu que quer continuar correndo e apontou provas de endurance, como as 24 Horas de Le Mans, como seu destino provável. Entretanto, o espanhol também revelou que pretende iniciar o que chamou de “hobbie perigoso”: ter uma família.

“É um hobbie bem perigoso”, riu. “Mas falando sério: ter uma família seria algo bom. Encontrar uma boa mulher será provavelmente minha maior meta depois que eu sair da F-1, é isso que eu busco”.

Mas você incentivaria seus filhos a correr? “Minha vida toda foi atrás de um volante. Então quando meus filhos tiverem três, quatro anos eu poderei ensinar alguma coisa a respeito dos carros - e não de tênis ou coisa do tipo porque eu não faço ideia. Mas por outro lado sei que é uma vida que tira muita coisa de você, então se meus filhos amarem a F-1 e quiserem estar aqui, tudo bem. Caso contrário, não ficaria desapontado porque eu sei que esse tipo de vida te dá muita coisa mas também tira muito de você. E há outras maneiras de curtir a vida.”

Neste final de semana, Alonso disputa o GP do Canadá. O espanhol repetiu na última etapa, em Mônaco, o melhor resultado obtido pela McLaren desde a retomada da parceria com a Honda, no início de 2015: um quinto lugar.

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