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F-1 enfrenta quase 9.000km 'de estrada' em três dias para chegar a novo GP

Boa parte do equipamento já estava empacotada 4h30 depois do GP do Canadá - Julianne Cerasoli/UOL Esporte
Boa parte do equipamento já estava empacotada 4h30 depois do GP do Canadá Imagem: Julianne Cerasoli/UOL Esporte

Julianne Cerasoli

Do UOL, em Montreal (CAN)

15/06/2016 06h00

A Fórmula 1 passa por sua semana mais atribulada da temporada mais longa da história. Afinal, equipes e profissionais estão tendo de caprichar na logística para se deslocarem de Montreal, no Canadá, para Baku, no Azerbaijão. São quase 9.000km de distância e tudo tem de estar pronto nesta quarta-feira, uma vez que as primeiras entrevistas, reuniões com engenheiros e checagens oficiais dos carros serão feitas amanhã.
Mas os chefes das equipes garantem que não é um grande problema para uma categoria acostumada aos grandes desafios.

“De fato, a proximidade das datas dificulta nossas vidas, porque torna as coisas muito mais complexas. Você está indo para um lugar que não conhece. Mas é o mesmo para todos e na verdade nós gostamos de desafios. A batalha da logística é a mesma daquela que travamos na pista”, disse o engenheiro da Ferrari, Jock Clear.

“As boas equipes são boas por um motivo: porque elas se preparam bem”, defendeu o chefe da Haas, Guenther Steiner. “E os times grandes gastam muito mais com isso do que nós.”

gp do canadá - Julianne Cerasoli/UOL Esporte - Julianne Cerasoli/UOL Esporte
Imagem: Julianne Cerasoli/UOL Esporte
O trabalho começou tão logo foi dada a largada para o GP do Canadá, com as garagens sendo desocupadas. Cerca de 4h30 após o término da corrida, o UOL Esporte flagrou as equipes já no processo final de empacotamento do material usado, que vai desde os carros em si até talheres e pratos usados na alimentação dos funcionários.

Os carros são quase completamente desmontados para o transporte, com motor e caixa de câmbio sendo retirados e as asa sendo colocadas em caixas feitas sob medida, para evitar danos.

O material é enviado em seis 747 fretados pela própria FOM, empresa que detém os direitos comerciais da categoria. Por problemas com a alfândega, pelo menos um dos voos acabou atrasando sua saída em Montreal, mas o material ainda assim deve chegar a tempo. As equipes grandes já enviaram parte de seu material com uma semana de antecedência a Baku.

Distância e fuso
Esta não é a viagem mais longa que a Fórmula 1 faz nos últimos anos. Em 2014, por exemplo, o calendário tinha o GP do Japão e o GP da Rússia em finais de semana seguidos. Apesar dos países serem vizinhos, o fato da prova russa ser disputada às margens do Mar Negro, em Sochi, faz com que a distância entre as duas pistas seja de pouco menos de 8.000km. A maior dobradinha, contudo, foi em 2010, quando a categoria viajou mais de 12.000km para ir de São Paulo a Abu Dhabi.

Existem algumas diferenças importantes em relação a Baku, contudo: além da escassez de voos que ligam Montreal a Baku, a prova estreia no campeonato, fazendo com que a preparação seja ganhe ainda mais importância. E o fuso de oito horas entre as duas cidades promete castigar os profissionais.

Pensando nisso Felipe Nasr optou por chegar antes à cidade “porque o fuso faz diferença mesmo, você acaba ficando cansado ou com fome na hora errada.” Já Felipe Massa optou por sair de Montreal domingo à noite e ir para sua casa em Mônaco, ‘recuperando’ 5h no fuso, para depois ir ao Azerbaijão. Lewis Hamilton, por sua vez, não vê grandes problemas. “Eu sou um cara cheio de energia, vivo viajando para todo lado e nunca tenho problema com o fuso”, garantiu.

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