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Entenda como punição de 55 posições para Hamilton vai sair quase 'de graça'

Dan Istitene/Getty Images
Imagem: Dan Istitene/Getty Images

Julianne Cerasoli

Do UOL, em Spa-Francorchamps (BEL)

27/08/2016 11h46

No papel, Lewis Hamilton sofreu uma punição de 55 posições no grid do GP da Bélgica. Na prática, o inglês vai largar onde se classificou, na última fila. Utilizando uma brecha no regulamento, a Mercedes formou um verdadeiro estoque de motores para o inglês, que estava em situação delicada desde problemas sofridos nas primeiras etapas do ano.

De acordo com as regras, a chamada unidade de potência é dividida em seis elementos e cada piloto tem direito a cinco unidades de cada um destes elementos durante a temporada. Caso ultrapasse sua cota, começam as punições: ao usar o sexto turbo, por exemplo, o piloto perde 10 posições e, a partir daí as penas passam a ser de cinco posições para os próximos elementos.

Porém, desde meados do ano passado, as punições deixaram de ser cumulativas. Assim, mesmo que o piloto esteja ‘devendo’ 30 ou 40 posições, ele simplesmente vai largar no final do pelotão. Tal regra foi alterada depois que o complicado sistema anterior, que previa que o restante das penas fosse cumprido durante a prova, foi considerado confuso demais para o público.

Com o regulamento ‘debaixo do braço’, a Mercedes promoveu três trocas neste final de semana para garantir que Hamilton não precisará pagar mais punições até o final do ano, lembrando que, a partir de agora, os novos motores que foram utilizados em Spa podem ser trocados entre si a qualquer momento sem pena.

Sabendo que largaria em último de qualquer maneira, Hamilton foi para a classificação apenas para marcar um tempo abaixo de 107% da melhor marca estabelecida no Q1 e poder largar.

Mesmo se aproveitando da estratégia, o chefe da Mercedes, Toto Wolff, criticou a brecha. "Houve uma corrida em que Button levou 53 posições de punição e foi ridículo. O sistema é ridículo. Colocamos em votação no passado uma proposta para impedir que as equipes 'estoquem' motores desse jeito, mas os times votaram contra. Acho que deveríamos fechar essa possibilidade."

O inglês, que lidera o campeonato com 19 pontos de vantagem para Nico Rosberg, chegou animado a Spa mesmo sabendo da punição. Porém, as condições do final de semana, com o forte calor e as altas pressões mínimas estabelecidas pela Pirelli, estão fazendo com que o desgaste de pneus seja muito maior do que o esperado e podem atrapalhar a recuperação do piloto.

“Não somos tão mais rápidos que os outros aqui. Os demais parecem ter melhorado o ritmo e, por causa da temperatura, provavelmente esta foi a pior corrida para cumprir a pena. Mas não dá para mudar isso”, declarou.

Para piorar sua situação, Hamilton viu ainda o vice-líder do campeonato e companheiro Nico Rosberg marcar a pole position do GP da Bélgica.

O próprio Wolff, admitiu que a equipe se arrependeu de ter tomado a punição nesta etapa. "Olhando em retrospecto, Monza talvez teria sido um lugar melhor porque vimos que as diferenças em relação aos rivais são maiores do que prevíamos. Se estiver quente, será muito difícil para Lewis se recuperar."

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