De 'camarote' na laje a torcida organizada: por que Interlagos é único

Um circuito permanente no meio de uma cidade não é das cenas mais comuns no mundial de Fórmula 1. Em um calendário no qual as corridas ou são disputadas em áreas afastadas dos grandes centros, ou em circuitos de rua, apenas São Paulo e Cidade do México são diferentes. Mas em alguns aspectos tem coisa que só em Interlagos mesmo.

Camarote na laje: verdade seja dita, em Mônaco também há quem alugue a sacada para os que não têm ingresso possam curtir o GP. Mas só em Interlagos, um dos poucos circuitos que ficam no meio de uma cidade e cuja topografia ajuda a visibilidade mesmo do lado de fora dos muros, tem torcedor que curte ver os carros de cima das lajes. Muitas vezes com direito a churrasco.

Torcida organizada: Eles têm bandeira, camiseta e cantos próprios. Especialmente no setor G, as torcidas organizadas são algo típico da prova paulistana. Elas começaram como uma forma de unir quem queria um bom lugar na arquibancada e passava o final de semana todo no circuito, dormindo do lado de fora, na fila. Com comunidades nas mídias sociais, cresceram, se organizaram e se tornaram uma tradição de Interlagos.

Noitada na fila: Apesar dos assentos nos setores mais populares (A, G e Q) serem numerados, um misto de falta de cultura da numeração de lugares e o fato da escolha do assento não poder ser feita no ato da compra fazem com que ninguém respeite as indicações. Então, para conseguir um bom lugar, muitos torcedores costumam dormir na fila do sábado para o domingo. E há quem acampe de verdade por lá. É outra particularidade da corrida paulistana.

Corrida sem carros: Ela não acontece, obviamente, durante o final de semana de GP, mas uma corrida de rua organizada dentro de um circuito de Fórmula 1 não é das cenas mais comuns. Ainda mais com nome de piloto. Em São Paulo, o autódromo de Interlagos recebe anualmente a maratona de revezamento Ayrton Senna Racing Day, cuja 13ª edição foi realizada em setembro.

Banheiros adaptados… depois de muita escada: essa é uma particularidade tão curiosa quanto lamentável, e é algo que se repete em diversos cantos do Brasil. Nas arquibancadas há acessos para portadores de deficiência e a sala de imprensa também tem banheiros adaptados, como manda a lei. O problema é alguém com cadeira de rodas chegar até o local, que fica no terceiro andar de um prédio que possui apenas escadas como acesso.

As atividades do GP do Brasil começam na sexta-feira, com duas sessões de treinos livres de 1h30 a partir das 10h e das 14h. No sábado de manhã, às 11h, ocorre o terceiro treino livre, antes da classificação, às 14h. Já a largada será dada às 14h do domingo.