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Hamilton nunca esteve tão forte no Brasil. E esse é o perigo para Rosberg

Clive Mason/Getty Images
Imagem: Clive Mason/Getty Images

Julianne Cerasoli, Gustavo Franceschini e Luiza Oliveira

Do UOL, em São Paulo

13/11/2016 06h00

A diferença entre Nico Rosberg e Lewis Hamilton tem sido pequena no final de semana que pode ser decisivo no GP do Brasil, mas o inglês garante: nunca se sentiu tão confortável com seu carro em Interlagos e sente-se pronto para vencer pela primeira vez no circuito - e impedir que o companheiro conquiste o campeonato com uma etapa de antecipação.

Hamilton precisa vencer para levar a decisão a Abu Dhabi, independentemente do resultado de Rosberg. No caso de outros resultados, o alemão leva o caneco caso faça seis ou mais pontos a mais que o tricampeão.

Após conquistar a pole por um décimo, Hamilton disse que se sente preparado para acabar com a ‘zica’ de Interlagos. “Ano passado já não tinha sido tão ruim, classifiquei-me perto de Nico sendo que perdi muito tempo com um problema de câmbio na subida do café. Neste ano, só me certifiquei de acertar tudo e estou feliz com o acerto. Eu sei que é um circuito difícil, mas finalmente estou com o carro na mão aqui.

Finalmente aprendi com as experiências difíceis e estou bem neste final de semana”, garantiu o piloto.

“Estou em posição diferente do passado. Definitivamente estou mais confortável do que nos outros 9 anos em que corri aqui. E é claro que a experiência tem a ver com isso. Estou adorando estar na pista e quero curtir a corrida.”

Nem mesmo a séria ameaça de chuva assusta o pole position. “Normalmente, você quer uma corrida com chuva quando está mais atrás para poder ter a chance de ganhar posições e estou na pole. Mas ao mesmo tempo estou atrás nos pontos, então não seria ruim. Sinto-me me preparado para qualquer cenário e gosto de pilotar na chuva. Estou pronto para o que vier.”

Rosberg, por sua vez, só quer saber de manter o que vem dando certo até agora na temporada. “Não vou fazer nada diferente. Nem pensei em fazer nada especial”, garante o alemão, vencedor das duas últimas edições do GP do Brasil, mas que neste final de semana não tem conseguido bater o companheiro.

Mesmo tendo tido uma de suas piores corridas no ano em Mônaco em pista molhada, Rosberg não se assusta com possibilidade de chuva. “Lá foi outra história. A última vez que andei na chuva aqui foi na classificação de 2013 e dei uma ótima volta, então isso me dá confiança.”

A disputa na ponta deve mesmo se resumir aos postulantes ao título, como garantiu Daniel Ricciardo. “A única chance de disputarmos com eles será se chover. Pelo que vimos nos treinos, nosso ritmo não é comparável ao deles em pista seca. Digamos que, se não chover, nossa única chance seria se eles tivessem uma corrida atípica.”

Massa faz ‘dança da chuva’
Não é só a Red Bull que espera que o clima instável de Interlagos jogue a seu favor. Com a possibilidade grande de que chova em algum momento durante a prova, Felipe Massa, que larga em 13º após sua pior classificação da carreira em Interlagos, é um deles. O brasileiro foi surpreendido pelo rendimento ruim do carro na classificação - seu companheiro Valtteri Bottas foi o 11º - mas torce para que a situação mude no GP. "Na corrida, com o tanque cheio, tudo muda. Espero que o que aconteceu hoje [sábado] não se repita, mas não é uma corrida fácil que a gente vai ter pela frente. O melhor seria chuva. O que vier pode vir para ajudar.”

Uma das rivais diretas da Williams na corrida deve ser a McLaren, que ficou em décimo lugar com Fernando Alonso. O espanhol, contudo, reconheceu que o time caiu de produção em relação à boa sequência de provas entre Cingapura e Estados Unidos, e que não sabe qual será o rendimento do carro em ritmo de corrida. “Não sei, estava trabalhando como câmera”, brincou o piloto, que teve problemas durante os treinos livres.

Estrategicamente, no caso de uma corrida no seco, a prova não deve ter muitas variáveis, devido à durabilidade e ao bom rendimento do pneu médio, não são esperadas muitas paradas nos boxes. Porém, dependendo da temperatura, Rosberg admite que o cenário pode mudar. “Com o frio fica mais difícil porque temos muito esfarelamento dos pneus e isso pode levar a mais paradas”, avisou.

Pelo menos na Sauber, nem mesmo a queda nas temperaturas fará com que o time deixe de priorizar os pneus médios, com os quais o carro vem rendendo melhor. “O composto médio continua sendo uma boa aposta mesmo com a temperatura mais baixa porque a janela dele é maior que a do macio”, explicou o brasileiro. “Mas o mais importante é entender as potenciais mudanças do clima.”

Segundo a Pirelli, a estratégia de uma parada seria a mais lenta, e a preferência deveria ser por três pit stops. Porém, os fornecedores não levam em consideração o tempo perdido no trânsito. Por isso, as equipes devem optar por táticas mais conservadoras na prova que tem largada às 14h pelo horário de Brasília.
 

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