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Negociações se complicam e aumenta risco de Nasr ficar fora do grid em 2017

Andrew Boyers Livepic/Reuters
Imagem: Andrew Boyers Livepic/Reuters

Julianne Cerasoli

Do UOL, em São Paulo

13/11/2016 06h00

Em julho, Felipe Nasr se mostrava bastante confiante de que continuaria no grid da Fórmula 1 em 2017 e falava em um anúncio em dois meses. O tempo passou, as portas de três equipes com as quais seu empresário manteve conversas - Force India, Renault e Haas - se fecharam, e o piloto tem jogado suas fichas na permanência na Sauber. Porém, mesmo com a presença de executivos do Banco do Brasil, que patrocina o brasileiro, em Interlagos, as negociações com o time suíço se complicaram nos últimos dias.

Com um clima ruim dentro da equipe após uma temporada recheada de tensões e especulações sobre a igualdade de tratamento entre Nasr e seu companheiro Marcus Ericsson, o UOL Esporte apurou que somente um pacote financeiro atraente manteria o brasileiro na equipe.

Tanto, que a chefe Monisha Kaltenborn procura alternativas. A dirigente mantém conversas com Toto Wolff, que tenta encontrar uma vaga para um dos pilotos apoiados pela Mercedes, Pascal Werhlein. A influência de Wolff tem sido fundamental para os últimos movimentos do mercado de pilotos, desde a contratação de Lance Stroll pela Williams até as recentes confirmações de Esteban Ocon na Force India, Jolyon Palmer seguindo na Renault e até mesmo de Kevin Magnussen na Haas.

Neste domingo em Interlagos, a dirigente foi flagrada conversando também com seu ex-piloto, Esteban Gutierrez, que perdeu a vaga na Haas justamente para Magnussen.

Fora seu atual time, as únicas vagas ainda abertas para 2017 são na equipe Manor. Além disso, Nasr teria a possibilidade de fechar contrato como piloto de testes da Williams, equipe com a qual já trabalhou justamente na mesma vaga em 2014. Lá, Nasr serviria como um plano B caso o estreante Stroll não tenha um bom rendimento no próximo ano. Porém, o brasileiro tem a concorrência do russo Sergey Sirotkin, que traz patrocínios fortes.

Perguntado sobre o UOL Esporte sobre a possibilidade de continuar na F-1 mesmo fora do grid, Nasr afirmou que esse não é seu foco. “Minha opção principal é continuar como piloto do grid. Não tenho que me preocupar nisso agora. Quero me focar no final de semana.”

A situação complicada de Nasr preocupa Felipe Massa, que lembra das dificuldades que a Sauber deve enfrentar ano que vem por ter decidido utilizar um motor Ferrari de 2016 mesmo com o desenvolvimento das unidades de potência estando liberado a partir do próximo ano.

“Sabemos que as portas de equipes interessantes para ele forem fechadas e, se ele continuar correndo, será em uma equipe fraca: ou a Sauber, ou a Manor. A Sauber ainda tem uma oportunidade de melhorar, mas não acredito que seja em um futuro próximo. Ainda mais sabendo que eles vão usar um motor antigo ano que vem. Fora isso, tem muita pressão da torcida. Espero que ele continue e que tenhamos um brasileiro na Fórmula 1. Mas seria melhor estar em uma equipe melhor do que ele está. O ano que vem tem tudo para ser complicado pelas opções que ele tem.”

Nasr descartou qualquer possibilidade de divulgar seu futuro durante este final de semana e não deu qualquer prazo para uma definição. O brasileiro segue mantendo o discurso que vem repetindo há meses de que não se envolve nas conversas e confia em seus representantes.

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