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Nasr é ameaçado por poderoso da F-1, mas bom resultado pode salvá-lo

Nasr encara concorrência na Sauber, mas aposta no resultado de Interlagos para ficar - Andrew Boyers Livepic/Reuters
Nasr encara concorrência na Sauber, mas aposta no resultado de Interlagos para ficar Imagem: Andrew Boyers Livepic/Reuters

Julianne Cerasoli e Luiza Oliveira

Do UOL, em São Paulo

16/11/2016 06h00

O nono lugar de Felipe Nasr no GP do Brasil não deu à Sauber somente seus primeiros pontos no ano, como também deve gerar cerca de 47 milhões de dólares ao time pelo décimo lugar no campeonato de construtores. E o bom desempenho em Interlagos pode ser fundamental para o piloto garantir sua vaga em 2017. Isso porque Nasr corre sérios riscos na equipe por causa de negociações comandadas pelo chefe da Mercedes, Toto Wolff, que se tornou uma figura central nas recentes definições do mercado de pilotos.

O UOL Esporte apurou em Interlagos que Wolff trabalha nos bastidores para colocar um dos pilotos que apadrinha, Pascal Werhlein, atualmente na Manor, na Sauber em 2017.

A contratação do alemão geraria uma economia de 18 milhões de dólares no fornecimento de motores Mercedes para a temporada. A quantia poderia até aumentar caso o acordo fosse de fornecimento de motores e câmbios.

Fato é que a politicagem na categoria e a necessidade de grandes patrocinadores têm pesado contra o brasileiro. Além da Sauber, Nasr já manteve negociações com outras três equipes e nenhuma se concretizou. Agora, a família busca investidores que o garantam na Fórmula 1. E o bom resultado em Interlagos será importante.

Citando a nova ameaça de Werhlein, o pai do piloto, Samir Nasr fez questão de lembrar da importância do resultado do GP do Brasil. “Esses pontos que ele conquistou no Brasil podem mudar muita coisa. O outro piloto pode dar 18 milhões, mas meu filho conseguiu, na pista, mais de US$ 40 milhões para a equipe”, disse, ao UOL Esporte.

Samir diz que o estafe do atleta está em busca de patrocínios e lamenta o jogo de cartas marcadas que se tornou a Fórmula 1. “Tem muita sacanagem nesse meio. O problema é que as equipes menores viraram um leilão: ganha quem dá mais. A esportividade ficou em segundo plano. Mas estamos buscando patrocínio. Acho que as coisas podem mudar agora com esse resultado”, disse, otimista.

O piloto também acredita que o desempenho de Interlagos possa funcionar a seu favor. “Acho que valeu por todas as dificuldades que possamos por todo o ano. São pontos importantes para a equipe também e ajudam muito na busca por recursos”.

Nas negociações para 2017, Nasr acabou perdendo a concorrência na Williams, que terá o estreante Lance Stroll ao lado de Valtteri Bottas, na Renault, que confirmou Nico Hulkenberg e Jolyon Palmer, e na Force India, que terá Esteban Ocon e Sergio Perez. Em todas essas negociações, Wolff teve influência.

Além da Sauber, Nasr ainda tem a possibilidade de correr na Manor. As duas equipes são as únicas com vagas ainda abertas para 2017. No time inglês, último colocado do mundial, o piloto compete com os mesmos Gutierrez e Wehrlein, além de Rio Haryanto.

Troca de motor é vantajosa para Sauber

A oferta de Toto Wolff é especialmente atraente para a Sauber trocar o motor do carro. Isso porque a equipe decidiu permanecer com os motores de 2016 da Ferrari no ano que vem apenas para poupar dinheiro. Porém, especialmente na próxima temporada, em que o desenvolvimento das unidades de potência será liberado, isso deixaria a equipe com uma séria defasagem em relação às demais.

Há, contudo, alguns obstáculos importantes para a negociação dar certo. Primeiramente, a Mercedes teria de obter uma autorização das demais equipes para ter mais uma cliente. Com a ampla influência de Wolff no paddock, isso não seria um grande impasse. O maior problema é a falta de tempo hábil para adaptar o projeto do carro do ano que vem a uma unidade de potência diferente. Além da questão do espaço, até mesmo a posição dos braços de suspensão mudaria com uma nova transmissão.

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