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Piloto da casa ou top? Quem está cotado para substituir Rosberg na Mercedes

Desafio da Mercedes é quebrar contrato dos pilotos top, reconhece Lauda - Mark Thompson/Getty Images
Desafio da Mercedes é quebrar contrato dos pilotos top, reconhece Lauda Imagem: Mark Thompson/Getty Images

Julianne Cerasoli

Do UOL, em São Paulo

02/12/2016 13h31

Após a surpresa pelo anúncio da aposentadoria de Nico Rosberg, apenas cinco dias após a conquista de seu primeiro título mundial, fica a pergunta: quem será o companheiro de Lewis Hamilton na equipe que dominou os últimos três campeonatos da Fórmula 1? O UOL Esporte avalia quem seriam os principais candidatos.

O próprio consultor do time, Niki Lauda, admite que será uma escolha difícil, até pelo momento em que Rosberg tomou a decisão: “É dia 2 de dezembro e não temos piloto. Temo que todos os contratos dos pilotos top sejam à prova de balas”, disse Niki Lauda à publicação alemã Auto Motor und Sport. “Ele nos pegou no contrapé. Encontrar um substituto para Nico será um problema real. Tìnhamos a melhor dupla que poderíamos ter.”

Lewis Hamilton, por sua vez, garantiu que não vai interferir na escolha. “Não importa, estou aqui para correr. Nunca fui um piloto que escolhe [o companheiro]. Sei que há outros como Sebastian e Fernando que se certificam que isso esteja no contrato deles”, afirmou.

“Sempre pedi para ter condições iguais. Contando que o tratamento seja justo, não importa quem corre com você. Tenho certeza de que temos uma grande equipe de chefes e eles vão escolher o melhor para representar a marca. Para mim, quanto melhor for o piloto, melhor para mim quando eu batê-lo.”

No que depender do promotor Bernie Ecclestone, a possibilidade de Alonso ocupar a vaga existe. "Suponho que isso seja possível, veremos", disse à Reuters. "Eles têm novos chefes na McLaren agora. Talvez ele esteja cheio de ficar lá e eles estejam cheios dele."

Em relação a Vettel, o britânico não acredita que o alemão aceitaria o desafio. "Não acho que Seb iria querer ser companheiro de Lewis."

 

Quem seriam os candidatos à vaga da Mercedes em 2017:

Pascal Wehrlein, atualmente sem contrato
Não é segredo que o campeão da DTM de 2015 está sendo preparado pela Mercedes para assumir uma das vagas. E o fato do alemão ter sido recrutado de última hora para o teste de pneus da Pirelli nesta semana indica que ele tem grandes chances de ser o companheiro de Hamilton. Afinal, Rosberg revelou que contou sobre seus planos a Wolff na terça-feira, um dia antes do teste. No entanto, a reputação de Wehrlein não é das melhores dentro da Manor devido à maneira que o piloto trabalhou dentro do time na última temporada. Tanto, que a Force India teve a chance de contratá-lo e preferiu o menos experiente Ocon.

Valtteri Bottas, da Williams
O finlandês da Williams assinou um contrato bom para o meio do pelotão, de 6 milhões de dólares, apenas por um ano, mas tentou sair até o último momento. É claro que não se sabe se há cláusulas que permitirão a quebra do acordo, mas diversos fatores pesam a seu favor: Bottas é um piloto rápido, já tem quatro temporadas na F-1 e, mais importante, é assessorado por Toto Wolff. E, como a Williams é cliente da Mercedes, seria possível fazer um acordo envolvendo os motores para levá-lo ao time principal.

Esteban Ocon, da Force India
O francês que estreou no meio da temporada também é piloto Mercedes e foi isso que garantiu sua vaga na Force India para a próxima temporada. Afinal, o time é um dos clientes dos alemães e vai ter um desconto no fornecimento dos motores para ficar com o piloto que, apesar de jovem e pouco experiente, é muito bem visto no paddock. No entanto, a escolha do francês em detrimento de Wehrlein praticamente acabaria com a carreira do alemão.

Fernando Alonso, da McLaren
A volta da dupla Alonso-Hamilton disputando um título é o sonho de 9 entre 10 fãs da Fórmula 1 e tanto o espanhol, quanto o inglês, diversas vezes disseram que gostariam de correr juntos novamente, em uma espécie de tira-teima após a conturbada temporada de 2007, quando terminaram empatados, com vantagem para Lewis. Sonhando com o tricampeonato, Alonso já tentou, no passado, convencer Wolff a contratá-lo. No entanto, Ron Dennis garantiu que o contrato do espanhol, que dura até o final do ano que vem, impede sua saída da McLaren. Provavelmente, como é de praxe na F-1, não é nada que uma boa quantia de dinheiro não possa resolver.

Sebastian Vettel, da Ferrari
O alemão vive a mesma situação de Alonso: tem mais um ano de contrato com a Ferrari pela frente e não se sabe se haveria a possibilidade de quebrar o acordo. Porém, é clara sua insatisfação com a falta de evolução do time nos últimos dois anos e sua relação com o chefe Maurizio Arrivabene não é das melhores. Tanto, que ele recentemente desconversou sobre começar a negociar uma possível renovação.

Max Verstappen, da Red Bull
Um piloto jovem e em ascensão, que já foi muito elogiado pela chefia da Mercedes, mas que também está sob contrato na Red Bull. Além disso, com todo o espaço que ele ganhou na equipe desde sua estreia, em maio, também é de se imaginar se a mudança valeria a pena no ponto de vista do holandês. Até porque a Red Bull foi a equipe que mais evoluiu no último ano e é apontada como a grande candidata a aproveitar a mudança de regulamento do ano que vem e ameaçar o domínio da Mercedes.

Daniel Ricciardo, da Red Bull
O australiano teria os mesmos motivos do companheiro para permanecer na Red Bull e também está sob contrato. Porém, ele teria uma boa razão para sair: apesar do duelo parelho, politicamente Verstappen tem ganho muita influência dentro da equipe e não se sabe qual será a reação do time caso os dois venham a lutar pelo título. Do lado dos próprios dirigentes, liberar o australiano poderia ser uma opção para esfriar um clima que potencialmente ficará tenso.

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