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Pirelli quer controlar equipes em tempo real na próxima temporada

Bryn Lennon/Getty Images
Imagem: Bryn Lennon/Getty Images

Julianne Cerasoli

Do UOL, em São Paulo

09/12/2016 06h00

Uma das grandes guerras técnicas travadas no último ano na Fórmula 1 foi entre as equipes e a fornecedora única de pneus, a Pirelli. Enquanto os times buscavam formas de melhorar sua performance, os italianos tentavam garantir a segurança de seu produto, por meio da definição de níveis de pressões acima dos que normalmente seriam utilizados.

Tal situação é resultado de anos de restrições nos testes, o que dificultaram o trabalho da Pirelli de acompanhar o desenvolvimento dos times.

Com os carros cada vez mais rápidos, mais energia era colocada no pneu, e isso fez com que, primeiramente, o que antes era apenas uma recomendação de uso de pressão mínima ganhasse status de regra, em 2015. E depois os números foram subindo, especialmente em circuitos mais críticos para os pneus, como Silverstone ou que tiveram mudanças de asfalto, como Áustria.

Mesmo adotando pneus completamente diferentes para o ano que vem, projetados para durar mais e tendo passado por testes com todas as equipes grandes na segunda metade do ano, a Pirelli diz que ainda manterá o controle das pressões. E ele deve ser mais duro do que foi na última temporada.

“Precisamos de uma maneira diferente para nos certificarmos de que eles estão seguindo nossas prescrições. Até agora, o que pudemos dar foi uma prescrição das pressões iniciais e não podemos controlar o que acontece depois”, explicou o manager de corridas da Pirelli na F-1, Mario Isola. “Mas é claro que estamos interessados na pressão em que o pneu está durante a corrida porque é ela que afeta o pneu. Então se encontrarmos uma maneira de acompanhar em tempo real, isso será mais preciso e melhor para todos.”

Tendo isso em vista, o que está sendo desenvolvido para entrar em ação na próxima temporada é um sistema que dá informações de pressão e temperatura em tempo real. Isola admite que chegar a um acordo a respeito com a federação e as equipes “não é simples”, mas salienta a importância do controle.

“Se uma equipe consegue manter o pneu na temperatura certa eles podem extrair muito mais performance do pneu. Por isso eles trabalham nos limites de temperatura e pressão - e é claro que um está relacionado ao outro”, explica.

O novo pneu é 25% mais largo que o anterior e passou por 24 dias de testes com Mercedes, Ferrari e Red Bull do início de agosto até a validação final, na última semana, em Abu Dhabi.

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