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Acidente de Schumacher completa 3 anos. E ninguém sabe como está o alemão

Mark Thompson/Getty Images
Imagem: Mark Thompson/Getty Images

Julianne Cerasoli

Do UOL, em São Paulo

29/12/2016 06h00

O que começou sendo noticiado como um acidente de esqui sem maiores consequências na manhã de 29 de dezembro de 2013 se tornou uma batalha que já dura três anos para o heptacampeão da Fórmula 1 Michael Schumacher. O alemão, que completa 48 anos dia 3 de janeiro, nunca mais foi visto em público e tem sua situação clínica cercada de mistério.

A família, por meio da assessora Sabine Kehm, que acompanhou Schumacher por boa parte de sua carreira na Fórmula 1, insiste que os detalhes sobre seu estado de saúde “são particulares” e formou um forte cerco contra o vazamento de informações.

Tanto, que tal cerco foi quebrado apenas duas vezes: em 2014, um homem que trabalhava para a empresa que fez a transferência do ex-piloto do hospital para sua casa ofereceu documentos hospitalares à imprensa e acabou sendo preso, sendo encontrado morto meses depois na cadeia na Suíça. Mais recentemente, fotos de Schumacher na cama em sua casa no mesmo país estariam sendo oferecidas por mais de 4 milhões de reais, o que gerou uma investigação da polícia local.

Mesmo os únicos relatos confiáveis, vindos de pessoas realmente próximas a Schumacher, são contraditórios. Em maio, o ex-chefe Jean Todt disse, em maio, que “só podemos desejar-lhe o melhor, para ele e sua família. O Michael está a enfrentar a maior batalha de sua vida.” Já Ross Brawn, com quem Schumacher fez parceria em todos seus sete títulos mundiais, desde os tempos de Benetton até a carreira vitoriosa na Ferrari, soa mais otimista. "Há sinais de melhora. Seu estado de saúde mostra progressos a cada dia", disse Brawn sobre Schumacher. "A família decidiu conduzir a sua recuperação de maneira privada, e eu devo respeitar isso. Existem sinais encorajadores e nós rezamos todos os dias para ver mais sinais como esses".

Outra informação acabou sendo dada em juízo pelo advogado da família durante um processo contra a publicação alemã “Buntle”, que divulgara que o ex-piloto estava caminhando e levantava um dos braços com a ajuda de seus cuidadores. Felix Damm, contudo, disse que Schumi  "infelizmente, não pode caminhar" nem com o auxílio de médicos e terapeutas.

Há pouco menos de duas semanas, a família do heptacampeão lançou uma iniciativa sem fins lucrativos chamada "Keep Fighting" ("Continue lutando") para incentivar pessoas que estão em situação difícil, mas também para canalizar "energias" na recuperação do ex-piloto. 

As lesões
Schumacher se desequilibrou quando esquiava fora da pista delimitada na estação de Meribel, na França, e bateu com a cabeça em uma rocha. O impacto gerou graves lesões cerebrais. Segundo os médicos, o quadro do heptacampeão da Fórmula 1 já era grave desde o início, mas “deteriorou rapidamente e de uma forma incrivelmente veloz”. Mantido em coma induzido desde que deu entrada no hospital, o alemão foi submetido a uma cirurgia de emergência para diminuir a pressão intracraniana e sofreu lesões hemorrágicas difusas bilaterais.

O piloto só foi transferido do hospital de Grenoble em junho, quando Kehm anunciou que "Michael deixou o Hospital de Grenoble para continuar sua longa fase de reabilitação. Ele não está mais em coma e tem uma longa fase de reabilitação pela frente, que acontecerá distante dos olhos do público". Desde então, pouco se sabe sobre o real estado do ex-piloto, que segue como o maior detentor de títulos (sete), vitórias (91), pódios (155) e poles (68).

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