Carros de 2017 serão tão velozes que antigas curvas virarão retas na F-1

A ideia por trás do novo regulamento da Fórmula 1, com a adoção de carros mais largos, pneus maiores e um visual mais agressivo, era dificultar a vida dos pilotos e aumentar a velocidade. Porém, ainda que ninguém tenha dúvidas de que os tempos de volta vão despencar, as simulações mostram que os carros serão tão rápidos que muitas curvas se tornarão retas.

Os carros só começarão a ser apresentados no final de fevereiro, pouco antes dos primeiros testes, dia 27 de fevereiro. Porém, de acordo com o projetista da McLaren, Tim Goss, as novas máquinas mudarão bastante a pilotagem em 2017.

“A definição de curva para os engenheiros é um ponto da pista em que o piloto tem de tirar o pé e essencialmente pilotar e controlar o carro. Se ele passa por um ponto que não é reto, mas a aceleração é plena, classificamos isso como uma reta”, explica.

“Então, como os novos carros são mais rápidos, algumas curvas de 2016 serão classificadas agora como retas. Porém, ao passarem por elas com maior velocidade, os pilotos estarão sujeitos a uma força G maior e isso desgasta o corpo.”

Como o aumento da velocidade se dará pela maior aderência mecânica gerada pelos pneus mais largos, juntamente da maior pressão aerodinâmica advinda das mudanças nos carros, a expectativa é de que os pilotos passem 70% de uma volta no circuito de Barcelona, por exemplo, com o pé embaixo. Antes, esse percentual era de 50%. No caso de Monza, circuito de maior velocidade média do calendário, o número deve subir de 69% para 80%.

O regulamento que estreia neste ano foi pensado justamente para abaixar os tempos de volta em 5s em relação a 2015. Sendo assim, uma pole position no GP da Espanha, circuito que está sendo usado como padrão, deve ficar abaixo de 1min20. Isso seria, de longe, o recorde da pista, que foi alterada em 2007 e cuja melhor marca desde então é de 1min21s670, obtida por Kimi Raikkonen com a Ferrari.