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De promessa a esquecido: como a carreira de Nasr desandou em 12 meses

Lars Baron/Getty Images
Imagem: Lars Baron/Getty Images

Julianne Cerasoli

Do UOL, em São Paulo

17/01/2017 04h00

Enquanto Felipe Massa teve a volta confirmada pela Williams pouco tempo depois de ter anunciado a aposentadoria da Fórmula 1, o outro representante do Brasil na categoria nos últimos dois anos, Felipe Nasr, vive situação bastante complicada. A pouco mais de dois meses da abertura da temporada, a única equipe com vagas abertas é a Manor, que está em processo de insolvência e não tem quaisquer garantias de que estará no grid no GP da Austrália, em Melbourne.

O brasileiro chegou bem cotado à categoria em 2015, depois de ter disputado o título da GP2 com Jolyon Palmer, garantido na F-1 em 2017 pela Renault. Em sua primeira temporada completa, impressionou e terminou o ano com 27 pontos, contra apenas nove do companheiro Marcus Ericsson.

Com bons desempenhos na pista e um patrocínio forte do Banco do Brasil, parecia natural que Nasr fosse conseguindo vagas melhores no grid. Porém, a queda das performances da Sauber e do piloto, entraves em negociações e a piora do suporte financeiro de seus patrocinadores acabaram deixando-o em situação complicada e o UOL Esporte recapitula como isso aconteceu.

1º Capítulo: Chance perdida na Renault
A boa relação com Frederic Vasseur, na época chefe da Renault, abriu as portas para o piloto brasileiro no time francês. Porém, as negociações não avançaram como o esperado devido a problemas de garantias de patrocinadores e Palmer acabou ficando com a vaga ao lado de Nico Hulkenberg.

2º Capítulo: Aposta errada na Force India
Nasr contou com o lobby do promotor Bernie Ecclestone para ser contratado ao lado de Sergio Perez na equipe que foi quarta colocada no mundial de 2016. Afinal, com a saída de Massa, o britânico tentava garantir a permanência de um brasileiro no grid, pois trata-se de um mercado estratégico em seu entendimento. Porém, a influência de Ecclestone não tem sido a mesma no mercado de pilotos e prevaleceu a influência de Toto Wolff, chefe da Mercedes, que convenceu os clientes a apostar em Esteban Ocon.

3º Capítulo: Performances ruins na hora errada
Outro problema que atrapalhou nas negociações com a Force India foi a sequência ruim de Nasr em um momento importante do campeonato, em setembro e outubro. Mesmo que tenha tido problemas técnicos nesse período, sua imagem dentro do paddock ficou arranhada em um momento decisivo no mercado.

4º Capítulo: Clima tenso na Sauber
Com as portas fechadas em outras equipes, Nasr passou a elogiar bastante a Sauber, ainda que sua insatisfação por uma série de erros técnicos do time ao longo da temporada 2016 fosse clara. O estrago, no entanto, estava feito e o time suíço avisou ainda em novembro que as negociações estavam acabadas. Tanto, que ao anunciar o novo piloto, Pascal Wehrlein, o time sequer mencionou o trabalho do piloto brasileiro, que também acabou a temporada 2016 à frente do companheiro Ericsson, com dois pontos contra nenhum do sueco.

Além da Manor, Nasr tem chances de continuar na Fórmula 1 como piloto de testes. Sua porta de entrada na categoria, inclusive, foi pela Williams na função de terceiro piloto e o brasileiro deixou uma boa impressão por lá.

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