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Sabe tudo de Fórmula 1? Cuidado com as "pegadinhas" da pré-temporada

Reprodução/Twitter
Imagem: Reprodução/Twitter

Julianne Cerasoli

Do UOL, em São Paulo

03/03/2017 04h00

Acompanhar o tempo de cada piloto após cada sessão de testes é a melhor forma de entender o que está acontecendo na pré-temporada da Fórmula 1. Certo? Errado! Em um esporte em que o grid de largada é decidido nos décimos de segundo, é muito fácil se enganar com os resultados de cada dia de treinos. E não se trata de esconder o jogo.

Ser rápido em uma volta é apenas uma das qualidades que uma equipe busca ter ao longo da temporada. Como são só oito dias de testes até o início do campeonato, na Austrália, em Melbourne, cada time tem que percorrer uma enorme lista de tarefas.

“Estamos fazendo nosso trabalho e a lista do que temos pela frente é bem longa”, explicou Sebastian Vettel, da Ferrari, uma das equipes que têm aparecido entre os primeiros sempre, conseguindo somar muitos quilômetros percorridos. “Tivemos um bom começo. Poderia ter sido melhor, mas demos muitas voltas. Não prestei muita atenção no que os outros estavam fazendo."

Principalmente nesta temporada, em que os carros são totalmente novos por conta de mudanças de regulamento, é preciso checar todos os sistemas e até treinos de trocas de motor são realizados. Além disso, os engenheiros fazem comparações e validam novas peças, tanto com o uso de sensores, quanto de pintura especial. Os pneus, parte mais sensível do carro por estar em contato direto com o asfalto, também são extensivamente testados.

Para se ter uma ideia de quanto os tempos podem enganar, o ex-engenheiro da Ferrari e atualmente comentarista Toni Cuquerella‏ listou a diferença que alguns parâmetros podem gerar em uma volta no Circuito da Catalunha, na Espanha, palco dos testes.

Segundo o profissional, entre um carro com tanque cheio e um preparado para a classificação, podem haver até 2s7. Se o piloto ativar o DRS, ganha até 0s8. Entre pneus usados e novos, o engenheiro calcula uma diferença de 2s2 e, dependendo da hora do dia, a distância pode ser de 0s6.

Sendo assim, se um carro sai em configuração total de classificação no momento em que a pista está em suas melhores condições, ele pode ser até 6s3 mais rápido do que aquele que está fazendo uma simulação de corrida, por exemplo.

Nas sessões realizadas até agora, temos visto diferenças de 4 a 5s entre o primeiro e o último colocados, mas nem isso quer dizer que todos estão mais embolados do que na última temporada. Não por acaso, quando perguntado sobre onde a Ferrari espera estar no primeiro GP da temporada, Vettel disse não ter "uma bola de cristal. Tenho duas outras bolas, que não servem para muita coisa nesse caso", brincou.

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