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Mais velozes, novos carros empolgam pilotos da 'velha-guarda' da Fórmula 1

Ferrari
Imagem: Ferrari

Julianne Cerasoli

Do UOL, em São Paulo

06/03/2017 04h00

Se o novo regulamento da Fórmula 1 vai tornar a categoria mais competitiva, ninguém tem certeza. Mas que os pilotos mais experientes já aprovaram as mudanças de regulamento que tornaram os carros mais rápidos, isso não há dúvida. Todos são unânimes em afirmar: a categoria em 2017 voltará a ser o que era há mais de 10 anos.

"Os carros são um pouco parecidos [com quando comecei], embora os atuais sejam os mais largos que já apareceram na F-1, e com os pneus mais largos também", afirmou Felipe Massa, que estreou na categoria em 2001. "Talvez isso seja uma vantagem para mim, por entender mais rapidamente que os outros o comportamento do carro. Vamos ver o que acontece."

Assim como o brasileiro, que completa 36 anos em abril, Kimi Raikkonen, de 37, e Fernando Alonso, de 35, são os únicos remanescentes da época em que a Fórmula 1 teve os carros mais rápidos de sua história, em 2004. E, após a primeira experiência com os novos equipamentos, nos testes de pré-temporada da semana passada, todos aprovaram as novidades.

“Foi uma mudança de regras grande, então os carros têm mais aderência e são mais rápidos”, explicou Raikkonen, que liderou dois dos quatro dias de testes. “Não é a mesma coisa, mas são carros parecidos aos dos passado. Mas se são mais difíceis ou fáceis, depende: acho que sempre que você tenta ir rápido é difícil, mas eu gosto destes novos carros.”

Mesmo Fernando Alonso, que não conseguiu dar muitas voltas nos primeiros testes devido a problemas especialmente no motor Honda de sua McLaren, aprovou os novos carros.

“Eles são definitivamente mais rápidos nas curvas, então é bom voltar a ter essa sessão de pressão aerodinâmica nas curvas e poder voltar a forçar o carro até mais perto do limite. Estou feliz com isso”.

Apesar de não terem pilotado os carros mais rápidos da história da Fórmula 1, Sebastian Vettel e Lewis Hamilton sentiram, no início de suas carreiras, o gosto de poder levar seu equipamento mais ao limite, uma vez que até 2009, as máquinas produziam mais pressão aerodinâmica, os pneus eram mais aderentes e o fato de haver reabastecimento nas provas fazia com que os pilotos pudessem forçar mais.

Estreante em 2007, Vettel comparou o novo modelo com um remédio versátil. “Do ponto de vista do piloto, tudo está melhor. A frenagem é melhor, o contorno de curvas também, e você tem mais aderência. Nas curvas de baixa velocidade, quando o efeito da pressão aerodinâmica é menor, você tem mais aderência nos pneus. É como uma aspirina: resolve tudo.”

Hamilton, que também começou na F-1 no mesmo ano, também não escondeu sua empolgação. “Sinto-me como uma criança em uma montanha-russa, é muito melhor do que antes. São os carros mais rápidos que já pilotei. Acho que eles vão distinguir os homens dos meninos.”
A meta do novo regulamento era tornar os carros 5s mais rápidos. Para tanto, foi aumentada a aderência do pneu e da aerodinâmica do carro em si, com modificações na largura, assoalho e asas.

Os pilotos voltam à pista da Catalunha nesta semana, entre os dias 7 e 10, para a segunda e última bateria de testes antes do início da temporada, dia, 26 de março, na Austrália.

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