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"Todos estamos prontos para vencer na McLaren, menos a Honda", diz Alonso

Dan Istitene/Getty Images
Imagem: Dan Istitene/Getty Images

Do UOL, em São Paulo

08/03/2017 14h44

A paciência de Fernando Alonso com o motor Honda acabou no sexto dia da pré-temporada da Fórmula 1. O piloto espanhol deu apenas 46 voltas nesta quarta-feira, menos da metade de times como Williams, Ferrari e Red Bull, e disparou: "Vamos para a Austrália sem estarmos preparados como o resto dos competidores. Na equipe, todos estamos prontos para vencer, menos a Honda."

O espanhol, que fechou o dia em 12º, diante apenas da Sauber de Marcus Ericsson e do Renault de Jolyon Palmer, a 3s731 do líder Valtteri Bottas, fez questão de destacar as qualidades do carro da McLaren. "Estou dando o máximo nas curvas e curtindo. O carro está bem equilibrado e pronto, mas perdemos 30km/h nas retas."

De fatos, os dados do Circuito da Catalunha, onde estão sendo realizados os testes, mostraram uma deficiência de 26.4km/h na reta entre a Williams de Felipe Massa e o McLaren de Alonso nesta quarta-feira.

Alonso já havia salientado que a defasagem do motor seria ainda mais significativa com o regulamento que entra em vigor neste ano. "Em 2016, 20km/h de desvantagem fazia você perder 0s2 ou 0s3. Neste ano, você perde 0s5 por conta do maior arrasto", explicou. As novas regras aumentam a velocidade de contorno de curva, mas também fazem com que o carro fique mais resistente ao ar nas retas, dependendo mais do motor.

Mesmo criticando abertamente a fornecedora de motores da McLaren, Alonso afirmou que a situação não é tão ruim como em 2015, primeiro ano da parceria com os japoneses. "É bem verdade que também não chegamos preparados aos testes daquele ano, mas a Honda não sabia nada sobre aqueles motores. Agora acredito que eles estão cheios de informações sobre o que aconteceu em 2015, em 2016, então creio que eles tenham as respostas de tudo o que pode acontecer. O motor está bom na parte elétrica e na recuperação de energia, mas há duas ou três partes que estão, digamos, em ponto morto e temos de trabalhar muito nestes dois dias que faltam para solucionar isso."

"Tensão máxima" e desculpas

A Honda, depois de optar por refazer totalmente seu projeto, vem enfrentando problemas nesta pré-temporada. Todos os dias de testes até aqui tiveram algum tipo de atraso para a McLaren, que não está podendo treinar com o máximo potencial do carro devido ao temor de quebras.

Não é por acaso que o chefe do time inglês, Eric Boullier, reconheceu nesta semana que a relação com os japoneses nunca esteve tão arranhada. Perguntado sobre o nível de tensão atual da relação McLaren-Honda, o chefe Eric Boullier respondeu: “Máximo.” O francês deixou claro que o ambiente da F-1 é assim. “Colocamos o máximo de pressão em nossa relação com a Honda e o mesmo acontece do lado deles. Não podemos errar, precisamos fazer o melhor carro também. Obviamente há muito nas mãos da Honda para que eles investiguem tudo da maneira apropriada, e nós temos de confiar que nossos parceiros vão conseguir e acreditar.”

A fornecedora de motores, por sua vez, pediu desculpas à equipe, por meio de seu chefe na F-1 Yusuke Hasegawa, que disse estar "sentindo muito pelos pilotos". Sem ter certeza da causa dos problemas dos testes, a Honda declarou esperar saná-los até a etapa de abertura da temporada, dia 26 de março, na Austrália.

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