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Sem título há 37 anos, Austrália tem um dos maiores públicos da temporada

GP da Austrália muda a cara do centro de informações turísticas em Melbourne - Julianne Cerasoli/UOL Esporte
GP da Austrália muda a cara do centro de informações turísticas em Melbourne Imagem: Julianne Cerasoli/UOL Esporte

Julianne Cerasoli

Do UOL, em Melbourne (AUS)

22/03/2017 04h00

Tendas com produtos especialmente com as cores da Red Bull espalhados pelo centro, anúncios sobre operações especiais do transporte público e anúncios com o rosto do ídolo local Daniel Ricciardo espalhados por toda a parte. Fica difícil para qualquer um dos mais de 4 milhões de habitantes de Melbourne, na Austrália, ignorarem que a Fórmula 1 está passando pela cidade para dar início a sua temporada, neste final de semana.

O cuidado com a divulgação do evento é tido como o segredo de uma das provas que angariam mais público por toda a temporada. E isso em um país que não vê um campeão do mundo desde 1980, quando Alan Jones chegou ao título.

De lá para cá, o australiano mais proeminente foi Mark Webber, ainda que nunca tenha subido ao pódio na corrida caseira - a não ser, claro, quando foi quinto colocado na estreia pela Minardi e participou de uma celebração informal ao final da prova, ovacionado pela torcida. Ao se aposentar, no final de 2013, Webber passou o bastão - e sua vaga na Red Bull - para Ricciardo, que rapidamente se tornou o grande chamativo do GP da Austrália.

Chat ao vivo no Twitter oficial do evento, seguido por desafio com o companheiro Max Verstappen no clube de remo da cidade e uma série de entrevistas: a agenda do piloto australiano não podia estar mais lotada antes mesmo de se iniciarem as atividades oficiais no circiuto de Albert Park.

No entanto, nem só do sucesso do piloto vive a organização do GP. Os números desde 1996, quando a prova passou de Adelaide para Melbourne, apontam uma média bastante constante de por volta de 310 mil espectadores por final de semana de evento, com ou sem algum australiano em posição de vencer corridas. Os números são apenas semelhantes ao tradicional GP do Reino Unido, dos Estados Unidos - que bateu recorde ano passado muito em função de uma rara apresentação da cantora Taylor Swift em 2016 - e do México. Para efeito de comparação, o GP do Brasil tem atraído cerca de 130 mil espectadores por temporada nos últimos anos.

Tais números refletem o resultado de uma organização eficiente. Desde a chegada no aeroporto, os turistas recebem informações sobre descontos no transporte público e o esquema especial montado para os quatro dias de evento - na Austrália, diferentemente do Brasil, a pista é aberta a quem comprou ingresso na quinta-feira. Há trams a cada 1 minuto nos horários de pico e a espera é de, no máximo, 10 minutos nas primeiras horas da manhã e, ao redor do parque que recebe a prova, não é cobrada tarifa de detentores de ingressos ou pessoas credenciadas para trabalhar no evento.

No centro da cidade, o ponto de informação turística é ‘vestido’ de Fórmula 1, assim como acontece com outros grandes eventos da cidade. Melbourne tem se notabilizado como um centro multiesportivo, e, inclusive, receberá a Seleção Brasileira em junho em um amistoso contra a Argentina, em jogo a ser realizado no MCG, palco costumeiro de outro esporte que movimenta a cidade, o futebol australiano.

Mas os números da Fórmula 1 só são comparáveis com o Aberto de Tênis da Austrália, realizado em janeiro. O evento também tem paralelos com o GP pela carência de vencedores australianos nas últimas décadas. Apesar de o país ter certa tradição no esporte, desde 1978, quando Christine O’Niel venceu o torneio feminino, a Austrália não comemora um título em casa. Ainda assim, com duração de 19 dias, o Aberto vem batendo recordes de público nos últimos dois anos, chegando a reunir um total de 728.763 espectadores em 2017, sendo mais de 24 mil apenas na final, disputada entre Roger Federer e Rafael Nadal.

As atividades para o GP da Austrália começam com os treinos livres na quinta-feira às 22h30 pelo horário de Brasília. O segundo treino livre começa às 2h30 da sexta-feira e o terceiro, à meia-noite do sábado. Todas as sessões serão transmitidas pelo SporTV, que também mostra a classificação na íntegra a partir das 3h do sábado, sendo que os últimos 15 minutos também serão transmitidos pela Globo. A corrida tem largada às 2h com transmissão pela Rede Globo.

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