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Fórmula 1

Williams chega aos 40 com 'corpinho de 20'. Saiba por que time pode ir bem

Julianne Cerasoli

Do UOL, em Melbourne (AUS)

25/03/2017 04h00

Há quatro anos, a Williams começava sua pior temporada da história. O time marcaria apenas cinco pontos em 2013 e vivia cada vez mais um papel de coadjuvante. Os dias em que o time fora imbatível, entre o final dos anos 1980 e o começo dos 1990 tinham ficado para trás e muitos criticavam a postura de Frank Williams de manter-se como independente enquanto a maioria buscava se associar a grandes montadoras.

A troca do motor Renault para o Mercedes no final daquele ano, contudo, mudou os rumos do time, que voltou aos pódios no ano seguinte. O sucesso trouxe consigo mais investimento e ambição nos anos seguintes, mas a queda gradual do rendimento de lá para cá mostrou que era preciso mais para voltar andar mais próxima aos grandes, beliscar pódios em 2017 - e sonhar com voos mais altos a médio prazo.

Em 2017, ano em que comemora seu 40º aniversário, a Williams parece ter voltado aos trilhos para passar do meio do pelotão para a briga em um nível mais acima. O investimento da família do novato Lance Stroll e a chegada de Paddy Lowe, ex-diretor técnico da Mercedes, e do aerodinamicista Dirk De Beer, ex-Ferrari, são bons indicativos para a futuro da equipe.

Tanto, que Felipe Massa já sentiu a diferença em relação à última temporada. “Acho que o que a Williams fez, as pessoas que a equipe contratou e o projeto técnico é algo muito interessante”, disse ao UOL Esporte.

Desenvolvimento precisa melhorar

A melhora técnica vem em uma boa hora. Afinal, com o novo regulamento, a evolução dos carros promete ser mais acelerada e foi sido justamente esse o problema da equipe nas últimas duas temporadas.

“O desenvolvimento do carro será mais importante do que nos últimos anos, porque as regras não estão claras para todo mundo e ter ideias diferentes pode fazer muita diferença ao longo do campeonato. Não só isso, como também conseguir desenvolver peças no túnel de vento e conseguir colocá-las rapidamente no carro, o que também era algo que estava bem difícil para a gente nos últimos anos. Tem muita coisa para melhorar”, avaliou o piloto.

Receita vencedora da Mercedes

A grande fonte de esperança da Williams em 2017 é Lowe, ainda que Massa não o enxergue como um salvador da pátria. “É lógico que não é só uma pessoa chegar que vai mudar tudo, mas sem dúvida as coisas estão acontecendo para ter um modo de trabalho e uma qualidade apropriada no desenvolvimento”, explicou o brasileiro.

A aposta de Lowe é ir alimentando o orçamento da equipe com resultados. “Acho que todos sabemos sobre a diferença de orçamento entre as equipes e isso é uma dificuldade que ninguém nega. O desafio aqui é fazer o máximo possível com o que temos e, paralelamente, tentar aumentar o orçamento. O esporte sempre foi assim: você tenta ir bem para ter fundos para melhorar ainda mais para o ano seguinte e tenta entrar em um círculo virtuoso”, disse.

Para isso, contudo, o engenheiro não pretende investir em contratações a curto prazo. E espera empregar o que foi feito na Mercedes para atingir três campeonatos seguidos. “As pessoas me perguntaram várias vezes qual era o segredo da Mercedes e sempre foi difícil definir. Talvez a melhor resposta seja trabalho em equipe.”

No time alemão, Lowe ficou entre 2013 e 2016, entrando depois que Ross Brawn tinha estruturado a equipe e continuando o trabalho do hoje chefão da F-1. Resta saber o que ele pode fazer em um time com menos da metade do orçamento dos tricampeões.

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