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Pilotos aprovam carros durões: "Antes dava para tomar café fazendo a curva"

Mark Thompson/Getty Images
Imagem: Mark Thompson/Getty Images

Julianne Cerasoli

Do UOL, em Melbourne (AUS)

28/03/2017 04h00

As últimas temporadas da Fórmula 1 foram marcadas pela negatividade dos pilotos em relação aos carros, especialmente devido à adoção de pneus de alta degradação e da necessidade de poupar o equipamento o tempo todo. Além disso, uma série de regras com o intuito de diminuir a pressão aerodinâmica produzida pelos carros havia sido implementada especialmente nos últimos 10 anos.

A ideia era melhorar o espetáculo e fomentar o número de ultrapassagens. Mas o efeito colateral foi a diminuição drástica nas velocidades de contorno de curva. Tanto, que Fernando Alonso ironizou os carros antigos dizendo que era possível tomar o café e se recuperar caso perdesse o carro no meio de uma curva.

“Definitivamente, estou muito mais feliz agora. Acho que os carros são mais difíceis de pilotar. Quando você perde a traseira, fica muito mais difícil de recuperar porque estamos mais rápidos na curva. Você tem meio décimo para reagir, enquanto ano passado você tinha 4s, porque dava para tomar um café enquanto fazia a curva naqueles carros. Estamos em uma categoria diferente, mais perto do que a F-1 deve ser”, elogiou o piloto espanhol.

Em 2017, o regulamento foi exatamente na direção oposta e os pilotos não poderiam estar mais satisfeitos de, para a maioria deles, pela primeira vez, poder forçar o ritmo por mais tempo.“Fico feliz que um carro de F-1 consiga ser mais rápido de curva que o GP2, ou carro da Super Formula do Japão e outras categorias que vinham sendo mais velozes do que nós”, disse Alonso.

Perguntado pelo UOL Esporte se tinha a mesma sensação do espanhol em relação à sensibilidade que a maior velocidade tinha gerado, Romain Grosjean, da Haas, concordou. “Os carros estão feitos para deslizar até certo ponto. Assim que você passa desse ponto, você perde toda a pressão aerodinâmica. E como o carro gera muito mais pressão aerodinâmica que ano passado, a diferença também é muito maior. Então quando você perde o carro, é de uma vez.”

A empolgação é grande entre os pilotos que, diferentemente de Alonso, não conheceram uma Fórmula 1 tão veloz. O espanhol é, junto de Kimi Raikkonen e Felipe Massa, um remanescente de 2004, quando a F-1 estabeleceu recordes que permanecem até hoje.

“É muito legal”, empolgou-se Valtteri Bottas, da Mercedes. “Com esses carros, é muito impressionante o quão rápido podemos ir em algumas curvas. Aqui na Austrália, as curvas 11 e 12 eram muito rápidas, eu nunca experimentei algo assim.”

Até mesmo Sebastian Vettel, que chegou a andar em 2008, com pneus mais duráveis e mais pressão aerodinâmica, disse que nunca esteve tão veloz. “Toda vez que você tira o combustível do carro e coloca pneus novos, é muito divertido. Acho que é o carro mais rápido que já pilotamos, pelo menos para mim é. Acho que os carros estão espetaculares de se ver também do lado de fora da pista.”

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