Todt vê queda nas ultrapassagens como "preço" por carros mais rápidos
O objetivo do novo regulamento da Fórmula 1, que estreou no último final de semana, no GP da Austrália, era tornar os carros mais rápidos e permitir que os pilotos forçassem mais durante as provas. Isso aconteceu: a pole position foi mais de 3s mais veloz e o ritmo de corrida chegou a superar em 2s o adotado ano passado. Porém, o próprio presidente da Federação Internacional de Automobilismo, Jean Todt, admite que isso aconteceu em detrimento do número de ultrapassagens, que caiu de 37 para apenas cinco em Melbourne.
"É algo fundamental, mas provavelmente está pior agora do que já esteve", disse o francês sobre a questão. "E definitivamente não vai melhorar. Vai ser o mesmo pelo resto da temporada."
Ainda assim, Todt não acredita que isso seja algo necessariamente negativo para a categoria. "Ultrapassar sempre foi um problema no automobilismo. Lembro-me de corridas há 20 ou 30 anos, quando um carro com pneus novos que era três ou quatro segundos mais rápido e não conseguia passar um carro com pneus velhos porque a ultrapassagem era difícil”, afirmou.
"Claramente nós podemos descobrir que as ultrapassagens serão ainda mais difíceis neste ano, mas tentamos encontrar maneiras de facilitar as manobras com DRS e outras tecnologias. Talvez as novas regras dificultem, mas é o preço a pagar para ter carros mais largos e com mais aerodinâmica", afirmou.
Antes do GP da Austrália, havia o rumor de que a FIA pudesse estudar banir o DRS, proprosta que vem do novo comandante da área técnica, Ross Brawn. Porém, após as dificuldades vistas em Melbourne, a ideia seria justamente o contrário: aumentar as zonas de DRS após o GP da China que, por ser disputado em uma pista permanente, espera-se ter uma ideia melhor do quão difíceis estarão as ultrapassagens de fato.
Todt também sugeriu que, a longo prazo, a F-1 poderia rever novamente seus conceitos aerodinâmicos. "É algo que precisamos abordar quando formos falar sobre regulamentos no futuro."
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