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Queda da Williams preocupa pilotos. E pode ditar futuro de Massa

Felipe Massa, da Williams, dá entrevistas na Inglaterra - Dan Mullan/Getty Images
Felipe Massa, da Williams, dá entrevistas na Inglaterra Imagem: Dan Mullan/Getty Images

Julianne Cerasoli

Do UOL, em Stuttgart (ALE)

29/08/2017 04h00

O oitavo lugar de Felipe Massa no GP da Bélgica no último final de semana foi o melhor resultado do brasileiro desde a terceira etapa do campeonato, em abril. De lá para cá, o brasileiro sofreu uma boa dose de azares, especialmente no Azerbaijão, quando teve chance real de vencer ou pelo menos ir ao pódio, mas o que mais salta aos olhos é a repetição de uma realidade vivida pela Williams nos últimos anos: o carro, que nas primeiras etapas era a quarta força, hoje está entre o sexto ou sétimo mais rápido, algo que se acentua em pistas que requerem muita pressão aerodinâmica.

A queda de desempenho vem deixando Felipe Massa claramente incomodado. O piloto criticou abertamente a equipe em Spa pela falta de desenvolvimento e disse ao UOL Esporte que isso pode interferir em sua decisão de tentar continuar ou não na F-1.

“Competitivo eu estou sendo. Não estou nem um pouco preocupado com a maneira que eu estou guiando o carro. Se eu não tenho tantos pontos quanto eu deveria, não foi por culpa minha. Mas é frustrante estar brigando com algumas equipes mais de trás. Vamos ver, sem dúvida preciso de algumas corridas para pensar o que eu vou querer para o meu futuro”, disse o brasileiro.

“Acho que a situação é clara. A gente não melhorou o carro como deveria. As posições que tínhamos no início do campeonato são bem diferentes das posições que temos hoje. Isso mostra que o desenvolvimento do carro não está sendo como deveria. Mas nossa diferença em relação às equipes que nos passaram é de dois ou três décimos, e isso é algo que é possível melhorar se a equipe trabalhar bem. Mas a gente ficou parado e as outras equipes fizeram o que a gente deveria ter feito.”

Massa lembrou ainda que não é a primeira vez que isso acontece, ainda que, neste ano, a Williams tenha um orçamento melhor e conte com profissionais como Paddy Lowe, que veio da Mercedes.

“A situação é bem parecida com o ano passado. Ideias novas apareceram e o jeito de trabalhar mudou muito, mas as coisas não estão funcionando da maneira que eu imaginava. Isso é um pouco frustrante e torna as coisas difíceis porque agora as equipes já estão pensando no ano que vem e, se nada acontecer, esse será o carro que teremos até o final da temporada.”

Massa não é o único frustrado com a falta de desenvolvimento do carro. Seu companheiro, Lance Stroll, também não acredita que o time terá uma solução da noite para o dia.

“Não acho que nosso carro piorou, os outros que melhoraram mais do que nós. No começo do ano o Felipe estava no Q3 o tempo todo e agora lutamos para passar do Q1 na classificação. Nós estamos atualizando o carro, mas claramente não é o suficiente. Não está sendo produtivo. Ainda estamos tentando entender mas no momento não sabemos exatamente como vamos conseguir um ganho significativo. Não vai ser de uma hora para a outra.”

Após 12 etapas disputadas, a Williams é a quinta colocada no Mundial de Construtores, mas tem menos da metade dos pontos da quarta colocada, a Force India, e está cinco à frente da Toro Rosso.

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