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"Cheguei um menino e saio um homem", diz Massa antes de despedida da F-1

Felipe Massa no pódio do GP do Brasil de 2017 - Mark Thompson/Getty Images
Felipe Massa no pódio do GP do Brasil de 2017 Imagem: Mark Thompson/Getty Images

Julianne Cerasoli

Do UOL, em Abu Dhabi

26/11/2017 04h00

Uma carreira de altos e baixos e muito aprendizado. E que o ajudou a se transformar em um homem ao longo de 15 anos dentro da Fórmula 1. É assim que Felipe Massa definiu, em entrevista exclusiva ao UOL Esporte, seus anos na categoria antes da despedida no GP de Abu Dhabi. Massa larga em décimo lugar na corrida que tem largada às 11h da manhã e Valtteri Bottas na pole position.

“Sem dúvida eu cheguei aqui um menino e saio um homem. Entrei na F-1 com 20 anos, muito novo, e agora saio com 36 e com uma experiência única que eu tive em todos esses anos”, disse o piloto, que estreou com a Sauber em 2002.

E foram 15 anos de uma carreira bastante única, com direito a demissão logo de cara na Sauber, a volta por cima na Ferrari como pupilo de Michael Schumacher e todas as 11 vitórias conquistadas em três anos, antes da Scuderia cair de produção em 2009 e de Massa sofrer um grave - e bastante improvável - acidente, sendo atingido na cabeça por uma mola. No retorno, o piloto sofreu dividindo a equipe com o centralizador Fernando Alonso e era dado como acabado quando assinou com a Williams para correr a partir de 2014. No time inglês, voltou a frequentar pódios nos primeiros anos e recuperou parte do prestígio.

“Conheci muitas pessoas e lugares diferentes, aprendi línguas, tive experiências bem distintas ao longo dos anos, com momentos difíceis, que me fizeram crescer para passar por cima, e outros momentos incríveis”, afirmou o piloto.

E como passar por tudo isso? Massa sempre foi um piloto que contou com a proximidade de sua família, dos pais e irmão à esposa e filho, presentes por boa parte das 270 largadas de sua carreira.

“Nunca implorei para eles para eles virem, sempre partiu deles e, para mim, é uma grande alegria tê-los por perto. É importante porque não é uma carreira tão simples, você acaba tendo muitos compromissos o tempo todo e fica muito ausente. Por isso o apoio é importante, porque ainda que você possa pensar às vezes que queria ficar em casa mais alguns dias antes da próxima corrida, é o trabalho em primeiro lugar. O que te mantém é o amor pelo que você faz e a alegria de fazer o que você sempre sonhou.”

A religião, por sua vez, não tem um papel tão forte na vida de Massa, mas o piloto revela que reza de seu jeito. E costuma agradecer mais do que pedir.

“Considero-me religioso. Não tenho o costume de ir na igreja, mas eu rezo todas as noites antes de dormir. Mais para agradecer, porque não sou muito de ficar pedindo coisas. A única coisa que eu peço é proteção e saúde para mim e minha família. Sou religioso do meu jeito, mas acredito que tem uma força, Deus, que nos protege e ajuda.”

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