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Dirigente da Mercedes critica ideia de categoria só para mulheres

Toto Wolff é diretor executivo da Mercedes - Andrej Isakovic/AFP
Toto Wolff é diretor executivo da Mercedes Imagem: Andrej Isakovic/AFP

Do UOL, em São Paulo

30/11/2017 11h15

Na opinião de Toto Wolff, diretor executivo da Mercedes, a criação de uma categoria só para mulheres dificultaria a chegada delas à Fórmula 1. Uma competição de automobilismo apenas para pilotas pode ser lançada em 2019.

A intenção da categoria feminina seria uma competição com seis corridas, com a vencedora tendo um teste garantido na Fórmula 1. A intenção é dar maior exposição para mulheres, mas Wolff teme que a ideia possa ter efeito oposto.

"Um campeonato só de mulheres está desistindo da missão de eventualmente fazer as meninas competirem contra meninos na Fórmula 1. Está minando o que as meninas são capazes de alcançar. Quando um esporte se resume ao poder físico, então definitivamente precisa ser dividido entre homens e mulheres, mas as corridas de motor são um pouco como a cavalo, onde lutamos com as mesmas ferramentas. Eu acredito que as corridas de motor são um esporte em que as mulheres podem enfrentar os homens", disse Wolff, segundo reportagem do jornal inglês "Guardian".

Esposa do diretor executivo da Mercedes, Susie Wolff foi piloto reserva da Williams, mas se aposentou em 2015 quando percebeu que não teria chance como titular. Ela então fundou a "Se atreva a ser diferente", campanha que inspira mulheres a competirem no automobilismo.

"O que falta é meninas no cart. Se você olhar para 100 crianças, serão três meninas. O movimento da Susie está aí para encorajar mais meninas a competirem no cart, para que a relação possa mudar para 20 para 80. Vimos desempenhos ocasionais de garotas que foram fortes, mas precisamos de mais. Então, eventualmente teremos mais garotas competindo em alto nível, e elas serão competitivas o bastante para a Fórmula 1", opinou o dirigente.

Pippa Mann, londrina que fez carreira na Fórmula Indy, também não aprova a ideia de uma competição só para mulher. De acordo com a britânica, a iniciativa é “ridícula”.

"Conheço tantas pilotas, várias delas vencedoras de corridas, em categorias normais, não segregadas, que não podem mais correr por falta de incentivo. Mesmo assim, essas pessoas acham que gastar dinheiro em segregação é a resposta. Esse grupo realmente tem esse dinheiro para apoiar corredoras? Então, vamos usá-lo para realmente apoiar pilotas talentosas, ajudá-las a continuar ou a voltar para categorias ao redor do mundo", disparou.

O automobilismo é um dos maiores esportes do mundo sem campeonatos para mulheres. A última pilota que competiu em um Grande Prêmio de Fórmula 1 foi Lella Lombardi, que correu na Itália em 1976.

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