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Pilotos celebram carros mais rápidos de 2017. Mas pedem mais ultrapassagens

Corrida em Baku foi veloz e movimentada. Mas não foi sempre assim na temporada - AFP PHOTO / KIRILL KUDRYAVTSEV
Corrida em Baku foi veloz e movimentada. Mas não foi sempre assim na temporada Imagem: AFP PHOTO / KIRILL KUDRYAVTSEV

Julianne Cerasoli

Do UOL, em São Paulo

06/12/2017 04h00

A temporada de 2017 foi marcada pelos inúmeros recordes batidos. Marcas que já duravam mais de 10 anos caíram após uma mudança no regulamento que tornou os carros mais velozes nas curvas e, consequentemente, mais desafiadores para os pilotos. As alterações no perfil das asas e dos pneus foram aprovadas, mas dois fatores ainda incomodam: a dificuldade de ultrapassagem e a diferença que o motor ainda faz.

O primeiro ponto já era esperado quando a mudança de regras foi anunciada: como os carros gerariam mais pressão aerodinâmica, consequentemente ficariam mais sensível ao ar turbulento do carro à frente. E o que vimos em 2017 foi uma queda significativa da média de ultrapassagens - de 52 em provas disputadas no seco ano passado para pouco mais de 20 neste ano.

“Acho que a FIA e a F-1 fizeram um grande trabalho com essas regras”, opinou o campeão Lewis Hamilton. “Os carros de F-1 deveriam ser os mais rápidos do mundo. Só é uma pena que seja tão difícil ultrapassar. Tem de haver uma maneira de criar uma batalha sem um déficit de potência de motor ou algo do tipo. Mas ainda que seja difícil ultrapassar, é um carro fantástico de se pilotar.”

Seu companheiro de Mercedes, Valtteri Bottas, concorda. “Para nós, pilotos, o carro é muito divertido e desafiador. E também estamos quebrando os recordes de pista em todos os lugares e isso é muito bom. Acho que o único ponto negativo é a dificuldade de se ultrapassar em algumas pistas, mas sei que há gente que está de olho nisso e talvez seja algo que possamos mudar para o futuro.”

De fato, aumentar o número de ultrapassagens sem diminuir a velocidade do carro é algo que está sendo estudado por Ross Brawn, que assumiu neste ano a direção técnica da F-1.

Para quem não tem um Mercedes na mão, ainda falta outro ponto para a F-1 melhorar: uma maior equidade dos motores. É o que defende Max Verstappen, da Red Bull, que tem um carro que é considerado o melhor do grid, mas conta com um motor inferior, tanto em termos de potência, quanto de confiabilidade, da Renault.

“Gostaria que os motores fossem mais iguais. Não precisam ser exatamente iguais, caso contrário não seria mais desafiador para os fornecedores, mas gostaria que pelo menos a diferença ficasse entre dois ou três décimos. Assim, poderíamos competir de forma mais justa”, disse o holandês ao UOL Esporte.

Para o ano que vem, são poucas as mudanças no regulamento técnico, sendo a mais importante a introdução do halo. Em relação aos motores, novas regras vão estrear apenas em 2021.

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