Rivalidade de protagonistas de empurra-empurra do GP do Brasil é antiga
A rivalidade entre Max Verstappen e Esteban Ocon, protagonistas de um empurra-empurra em Interlagos no último domingo está longe de ser recente. Os dois correm juntos desde que era pré-adolescentes, e monopolizaram, juntamente de outro piloto que hoje está na Fórmula 1, Charles Leclerc, as vitórias nos campeonatos europeus de kart na Europa no começo da década.
“Nós lutamos desde o kart. Eu, ele e o Charles [Leclerc]. Basicamente as vitórias na nossa época ficavam entre nós três. E depois o Max ganhou a World Series e eu terminei em segundo [em 2011, na última temporada do francês no kart]. Era bem igualado”, relembrou Ocon ao UOL Esporte.
O piloto francês conseguiria devolver a derrota naquele campeonato mais adiante na carreira, na F-3, em 2014. Naquele ano, ele já fazia sua terceira temporada em carros de fórmula e bateu Verstappen, que é dois anos mais novo e tinha acabado de sair do kart.
No último domingo, o clima entre os dois ficou tenso depois que Ocon se tocou com o então líder do GP do Brasil Verstappen ao tentar descontar uma volta que tinha levado. Ele estava bem mais rápido do que o líder porque tinha acabado de trocar pneus, e colocou o carro por dentro no S do Senna. Achando que o retardatário desistiria da manobra, Verstappen fez a curva normalmente, e o pneu dianteiro esquerdo da Force India se tocou com o traseiro direito da Red Bull. Os dois rodaram e Verstappen foi ultrapassado por Lewis Hamilton, chegando em segundo.
Quando os pilotos estavam indo para a pesagem obrigatória logo no final da prova, Verstappen foi tirar satisfações com Ocon, que teria chamado-o de babaca. O holandês então empurrou o rival por três vezes antes de ser contido por membros da federação.
Indo para o pódio, Verstappen ainda ouviu de Lewis Hamilton que era ele quem estava errado. “Você tinha tudo a perder e ele não tinha nada. Você devia ter pensado nisso”, disse o inglês. Verstappen tentou argumentar, mas Hamilton manteve sua posição, enquanto o terceiro colocado Kimi Raikkonen apenas assistia à conversa.
Perguntado se falaria com Verstappen para que os dois se acertassem, Ocon disse que não. “Estou acostumado a ter brigas com Max. Sempre foi a mesma coisa. Nossa rivalidade já tem alguns anos. Então a resposta é não.”
A federação convocou os dois para darem explicações e Verstappen será obrigado a fazer serviços à FIA por dois dias pelo mau comportamento.
Ocon teve uma carreira com muito mais dificuldades do que Verstappen. Sua família não tinha dinheiro para mantê-lo no esporte, e por algumas vezes ele quase chegou a parar de correr por conta disso, sendo resgatado primeiro pelo programa de jovens talentos da Renault, e mais tarde pela Mercedes.
Já Verstappen sempre correu por grandes equipes no kart e fez apenas uma temporada em carros de fórmula antes de ser recrutado pela Red Bull para estrear na F-1 e, em seu segundo ano na categoria, já estava em uma equipe grande.
As dificuldades de Ocon, por sua vez, continuaram até na F-1, onde ele ficou por dois anos como piloto de testes até estrear pela já extinta Manor em 2016. No ano seguinte, foi para a Force India, e não tem vaga para o ano que vem.
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