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Como a Ferrari planeja, usando a Alfa Romeo, acabar com jejum de 10 anos

Charles Leclerc Ferrari Fórmula 1 - James Bearne/Getty Images
Charles Leclerc Ferrari Fórmula 1 Imagem: James Bearne/Getty Images

Julianne Cerasoli

Do UOL, em Londres (ING)

06/02/2019 04h00

Depois de se tornar a grande rival da Mercedes nas últimas duas temporadas, a Ferrari está jogando pesado para acabar com um jejum de títulos que já ultrapassa os 10 anos. Após tomar o controle, por meio da Alfa Romeo, da Sauber e mantendo a Haas também como equipe satélite, a Scuderia anunciou a contratação de dois pilotos de testes que trazem segredos de seus maiores rivais, fez mudanças importantes na chefia e terá à disposição o maior orçamento dos últimos anos.

"Ainda que nossa performance ano passado tenha sido a melhor desde que vencemos o Mundial de Construtores [pela última vez] em 2008, ficamos aquém de nossa ambição de levantar a taça", disse o presidente e CEO da Ferrari, Louis Camilleri, a investidores nesta semana. "Em 2019, nosso projeto é aumentar os gastos, o que parcialmente reflete nesta ambição, mas também inclui os gastos de desenvolvimento para atacar o novo regulamento", explicou, referindo-se às mudanças planejadas para 2021 na categoria. 

Além de ter mais dinheiro, a Ferrari anunciou a contratação de Pascal Wehrlein e Brendon Hartley como pilotos de desenvolvimento, em equipe que tem ainda os nomes da casa Antonio Fuoco e Davide Rigon. As contratações são estratégicas: Wehrlein ocupou a mesma vaga na Mercedes ano passado, enquanto Hartley era piloto titular da Toro Rosso e, por conta disso, usava o simulador da Red Bull, além de ter muito conhecimento sobre o motor Honda, que será usado pelo time anglo-austríaco nesta temporada. Com as restrições aos testes de pista e a evolução dos simuladores, nos quais os times de Fórmula 1 testam novas peças e acertos de carro, o papel do piloto de desenvolvimento vem ganhando importância nos últimos anos.

Seis "Ferraris" no grid

A relação próxima com a Sauber não é novidade, mas foi fortalecida com o uso da marca Alfa Romeo, que a partir desta temporada passa a dar nome ao time suíço. Antes uma parceria econômica, que injetou 20 milhões de euros no time, e de fornecimento de motores, ela agora é técnica. Toda a parte traseira do carro será igual à Ferrari, e o resto estará sob o comando do ex-ferrarista Simone Resta.

Resta e o chefe da Alfa, Frederic Vasseur, têm boa relação com o novo diretor técnico da Ferrari, Mattia Binotto. A promoção do italiano é vista como outro ponto positivo para o time italiano nesta temporada, colocando fim a uma disputa interna por poder que o engenheiro travava com o ex-chefe, Maurizio Arrivabene.

Já a outra parceira ferrarista é a Haas, que usa um chassi Dallara totalmente inspirado no carro da Scuderia, também contando com todo o trem traseiro ferrarista.

Mas como o time italiano ganha com isso? O ganho vem desde o trânsito de dados de uma fábrica a outra, o que ajuda no desenvolvimento - e nesse ponto é interessante que Kimi Raikkonen tenha ido para a Alfa Romeo neste ano - até a possibilidade de usar esses quatro carros para facilitar estratégias nas corridas.

Com mais dinheiro, mais informações vindas de outras equipes e parcerias técnicas mais afinadas, a Ferrari busca não apenas o primeiro título de equipes desde 2008, como também o primeiro triunfo entre os pilotos desde 2007, com a dupla Sebastian Vettel e Charles Leclerc. A temporada da Fórmula 1 começa dia 17 de março, na Austrália, mas os carros começam a ser lançados na segunda-feira.

Confira o calendário de lançamentos dos carros da F-1:

Toro Rosso: 11/02
Renault: 12/02
Mercedes, Red Bull e Racing Point: 13/02
McLaren: 14/02
Ferrari: 15/02
Alfa Romeo: 18/02
 

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