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Chefe da Ferrari diz que Mick Schumacher tem estilo de trabalhar do pai

Mick Schumacher testa com a Ferrari em Sakhir, no Bahrein - Andrej Isakovic/AFP
Mick Schumacher testa com a Ferrari em Sakhir, no Bahrein Imagem: Andrej Isakovic/AFP

Julianne Cerasoli

Do UOL, em Baku (Azerbaijão)

27/04/2019 04h00

Um piloto "rato de fábrica", muito focado em conhecer de perto o carro e em acompanhar o trabalho dos mecânicos e engenheiros. Essas sempre foram características ligadas a Michael Schumacher, as quais o chefe da Ferrari, Mattia Binotto, também vê em seu filho, Mick, que está atualmente na Fórmula 2 e acabou de ter sua primeira experiência de pilotar o lendário carro vermelho da escuderia, em um teste da Fórmula 1.

O suíço naturalizado italiano conhece muito bem o estilo Schumacher de trabalhar. Binotto entrou jovem na Ferrari, em 1995, aos 26 anos, como engenheiro de motores da equipe de testes, e ocupou diversas funções na parte técnica justamente na era em que Michael Schumacher, que chegou à escuderia em 1996, venceu cinco títulos pelo time italiano.

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Após o primeiro teste de Mick, no início do mês, Binotto disse que o piloto de 20 anos lembra muito o pai pela maneira como trabalha.

"A primeira vez que eu o vi em Maranello depois de muitos anos, quando ele voltou, não achei que ele era parecido com Michael [em termos de aparência]. Mas a maneira como ele se comporta é muito parecida: como ele aborda o que faz e como ele se interessa pelo carro, pelas discussões com os engenheiros", comparou.

"Mesmo quando ele está em Maranello, ele está sempre na oficina olhando o carro, falando com os mecânicos. E acho que nesse sentido ele é muito parecido com o pai."

Em termos de performance, contudo, Binotto prefere não comparar um piloto que está apenas começando a carreira na Fórmula 2, vindo do título da F3 Europeia, e que só fez um teste na F-1 - atrapalhado, inclusive, pela chuva no Bahrein - com o heptacampeão mundial.

"Acho difícil falar da performance dele porque as condições climáticas do teste eram muito ruins e, no final das contas, acho que o objetivo não era performance. Era a primeira vez que ele pilotava um carro de F1, então era mais importante que ele aprendesse, já que está encarando um desafio completamente novo com a F2 nessa temporada."

Ainda assim, Binotto disse ter gostado da abordagem de Mick em seu primeiro teste, uma vez que o alemão não buscou o limite logo de cara.

"A maneira como ele encarou o teste foi positiva, tentando melhorar aos poucos, aprendendo mais sobre a equipe. Acho que, neste aspecto, ele fez um grande trabalho. Ele estava muito focado e tentou fazer um bom trabalho para a equipe. Acho que é o máximo que você pode esperar em uma situação como esta."

É esperado que Mick volte ao volante da Ferrari já no próximo mês, durante o teste que será realizado na semana seguinte ao GP da Espanha, uma vez que cada equipe tem de usar pilotos jovens (que disputaram no máximo dois GPs de F1 na carreira) em dois dos quatro dias de teste.

Neste fim de semana, o alemão disputa a segunda etapa da Fórmula 2, em Baku. Na estreia, o novo piloto do clã Schumacher obteve um oitavo e um sexto lugares.

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