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Galvão fala de relação de Senna e Piquet e pede a crianças: "Lembrem dele"

Galvão Bueno conversou com crianças da Escola Estadual Ayrton Senna da Silva, em São Bernardo do Campo - Reprodução/TV Globo
Galvão Bueno conversou com crianças da Escola Estadual Ayrton Senna da Silva, em São Bernardo do Campo Imagem: Reprodução/TV Globo

Do UOL, em São Paulo

05/05/2019 13h22

Amigo e narrador dos principais momentos de Ayrton Senna na Fórmula 1, Galvão Bueno falou sobre os 25 anos da morte do piloto a um grupo de alunos da Escola Estadual Ayrton Senna da Silva, em São Bernardo do Campo, região do ABC Paulista. Em reportagem exibida hoje no "Esporte Espetacular", o profissional do Grupo Globo recordou uma série de momentos da carreira de Senna - o mesmo ocorreu em outros locais, também a grupos de crianças, com Viviane Senna, Serginho Groisman e Rubens Barrichello. Galvão se emocionou durante a fala aos alunos.

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"São 25 anos já. Para mim continua, que ele possa servir realmente de uma linha para essa vida de vocês, que está só começando. Vocês são o futuro desse país, nosso futuro. Lembrem dele de vez em quando, que é muito bacana", disse Galvão Bueno antes de puxar uma salva de palmas a Ayrton Senna.

Mas nem só de homenagens e momentos bonitos foi a produção da TV Globo. Uma das perguntas dirigidas ao narrador esportivo foi sobre a relação de Senna com Nelson Piquet, estremecida desde 1988 por conta de declarações a veículos de imprensa em que um alfinetava o outro. "Eles tinham formas diferentes de ver a vida e em determinado momento se desentenderam. Mas acima de tudo eles se respeitavam", disse Galvão Bueno.

O desentendimento entre Piquet e Senna teve origem no incômodo de um pelo fato de outro ser mais midiático - no caso, Senna chamar atenção pela pilotagem mesmo após o tricampeonato de Piquet. Senna se recolheu entre o fim de 1987 e o início de 1988, até que deu uma entrevista dizendo que sumiu para "o outro lá (Piquet) aparecer". A declaração foi capa de jornal e deixou Piquet irado. Depois houve insinuações de cunho homofóbico de Piquet contra Senna. As provocações e rixas tiveram sequência nos anos seguintes. Ayrton Senna morreu em 1994 sem que ambos tivessem feito as pazes, ainda que os ânimos estivessem menos acirrados.

"É quase inacreditável que ele tenha nos deixado. Você não sabe o que eu passei naquele dia. Na sexta-feira nosso Rubinho quase foi, e a primeira pessoa que foi saber como ele estava foi o Ayrton. Não deixaram ele entrar, mas ele pulou o muro e depois me disse que ele estava bem (...) Tinha um momento dele preocupado em aumentar a segurança do carro. Mas não deu tempo para o Ratzenberger (piloto que morreu nos treinos no dia 30 de abril) e não deu tempo para o Senna. Eu fiquei sabendo que ele tinha morrido pelo Gerhard Berger (então companheiro de equipe de Senna). A última imagem é o helicóptero saindo, eu dizia "vá com Deus, meu amigo, meu irmão, seja forte, nós estamos com você". Ali ele já estava morto", contou Galvão Bueno aos alunos da escola.

"Costumo dizer que o Brasil acordava mais cedo para vê-lo. Quando ele era campeão no Japão e a corrida era de madrugada o Brasil dormia mais tarde. Pena que vocês não puderam ver isso."

A matéria do "Esporte Espetacular" ainda mostrou um relógio que Ayrton Senna deu de presente para a ex-jogadora de basquete Hortência, além de depoimentos de personalidades como Berger, Alain Prost e Lewis Hamilton, pentacampeão mundial de Fórmula 1. "Quando era criança sentia que ele (Senna) era alguém com quem eu me identificava. Não tinha ninguém negro, que professasse sua religião, mas tinha ele, que era autêntico, agressivo, determinado, um ícone que me inspirou. Eu via e pensava que queria ser bom em todas as áreas, queria ser como ele", disse o inglês.

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