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Bolsonaro diz que Rio receberá F1 em 2020 em futuro autódromo Ayrton Senna

Projeto do Autódromo em Deodoro - Divulgação
Projeto do Autódromo em Deodoro
Imagem: Divulgação

Gabriel Sabóia e José Edgar de Matos

Do UOL, no Rio de Janeiro (RJ) e São Paulo (SP)

08/05/2019 13h08Atualizada em 08/05/2019 16h24

O presidente da República, Jair Bolsonaro (PSL), assinou na manhã de hoje um termo aditivo de cooperação com a iniciativa privada que levará a Fórmula 1 ao Rio de Janeiro em 2020. De acordo com Bolsonaro, o novo autódromo do Rio será construído no bairro de Deodoro, na zona oeste da cidade, em "seis ou sete meses, sem dinheiro público" e terá o nome do tricampeão Ayrton Senna.

A vinda da Fórmula 1 para o Rio de Janeiro deve atrair até sete mil empregos para o estado, disse o presidente. O anúncio se contrapõe a uma primeira programação oficial, que prevê o GP do ano que vem para o Autódromo de Interlagos, em São Paulo.

"A direção da Fórmula 1 decidiu manter um Grande Prêmio no Brasil. No entanto, São Paulo se tonou inviável pela causa da participação pública no evento e a dívida existente lá. O novo autódromo será construído em seis ou sete meses. O setor hoteleiro ficará feliz, a economia do estado também, já que serão até sete mil empregos gerados. Bom para o Rio de Janeiro e para o Brasil", afirmou.

Em nota enviada à reportagem, a organização do GP Brasil em São Paulo rebateu o anúncio e reiterou o contrato vigente com a Fórmula 1 para manter a corrida em 2020 no solo paulistano.

"Há um contrato vigente para a realização do GP Brasil de Fórmula 1 com a cidade de São Paulo até 2020. E ambas as partes (Fórmula 1 e Prefeitura Municipal) continuam honrando seus compromissos. Em relação ao futuro do GP, a partir de 2021, estamos em fase de renegociação. Quanto ao autódromo, Interlagos é o único circuito da América do Sul 'Nivel 1', segundo a denominação oficial da FIA, apto à receber corridas de F1", posicionou-se a organização.

O nome do autódromo na capital fluminense foi revelado por Bolsonaro no Twitter, onde ele reiterou a criação de empregos e voltou a afirmar que não terá uso de recursos públicos no evento.

"Após nossa vitória nas eleições, a Fórmula 1, que iria embora do Brasil, decidiu não só permanecer, mas também construir um novo autódromo no RJ, que terá o nome do ídolo Ayrton Senna. Com isso, milhares de empregos serão criados, beneficiando a economia e a população do estado.Importante ressaltar que o investimento será totalmente de iniciativa privada, com custo zero para os cofres públicos".

O anúncio foi feito ao lado do governador do estado, Wilson Witzel (PSC), e do prefeito da capital fluminense, Marcelo Crivella (PRB).

Questionado sobre uma audiência pública na Câmara dos Vereadores do Rio de Janeiro que vai debater a viabilidade da construção do autódromo, Crivella não quis comentar as falas de ambientalistas sobre as obras que serão realizadas na região da Floresta do Camboatá.

O vereador Renato Cinco (PSOL), que preside a Comissão de Meio Ambiente na Câmara, visitou o local e constatou que aquela é uma área Remanescente de Mata Atlântica.

"Importante os cariocas perceberem que não é meia dúzia de árvores que a prefeitura quer cortar para fazer o autódromo. Eles querem destruir uma floresta, em pleno processo de regeneração que precisa ser preservada", afirmou. Bolsonaro não quis comentar a afirmação.

Witzel comentou a audiência pública. "A câmara que quer botar restrição. Estamos trabalhando, já que não há problemas ambientais. Inclusive, será muito melhor, já que o entorno terá movimento e será monitorado", disse.

Bolsonaro afirmou que se aquela região segue preservada, isto se deve à presença do Exército na Vila Militar, que fica no mesmo bairro. "Não fosse o Exército, aquela região já teria sido ocupada", disse o presidente. Crivella explicou que o edital de licitação terá uma empresa vencedora em 45 dias.

"Estamos lançando o edital, as empresas apresentarão suas propostas, em 45 dias sai o resultado e começaremos a obra", confirmou o prefeito, que prevê um impacto econômico de R$ 625,6 milhões.

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