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Fórmula 1

Punição do Canadá é mais um golpe negativo na motivação de Vettel na F-1

Julianne Cerasoli

Do UOL, em Londres (ING)

11/06/2019 12h00

Ele tem apenas 31 anos - faz 32 mês que vem - e se diz com a "missão" de se tornar campeão pela Ferrari, assim como seu grande ídolo, Michael Schumacher. Mas, desde o ano passado, corre pelo paddock da Fórmula 1 o boato de que Sebastian Vettel pensa em uma aposentadoria precoce. E o cenário não melhorou em nada com a revolta do alemão em relação à punição que lhe tirou a vitória do GP do Canadá, no último domingo.

"No final das contas, este não é o esporte pelo qual eu me apaixonei quando estava do lado de fora assistindo", reconheceu Vettel. "Obviamente, estou triste porque o que aconteceu teve um impacto no meu resultado, mas acho que é algo maior. Não acho que esse episódio vai mudar tudo para alguém que está aqui há tanto tempo, mas não estou contente com toda essa reclamação que estamos acostumados a ver hoje em dia."

Vettel se refere ao que considera um excesso de interferência dos comissários nas disputas entre os pilotos que, sabendo disso, também adotam uma postura defensiva até mesmo na comunicação via rádio com as equipes.

É sabido que Vettel é um dos pilotos que têm mais conhecimento em relação à história da Fórmula 1 e se considera um grande saudosista.

"Sou um purista. Adoro os velhos tempos, os carros antigos, os pilotos antigos. É uma honra quando você tem a chance de conhecê-los e de falar com eles: eles são heróis de uma certa maneira. Então eu realmente amo isso e só queria ser tão bom quanto eles, mas queria ter estado na época deles ao invés de hoje. Não é só por causa da punição, é por várias coisas."

Por conta dessa insatisfação e da falta de perspectiva dentro da Ferrari, que não vence um campeonato desde 2008 e que até conseguiu duelar com a Mercedes no começo do ano passado, mas depois perdeu terreno novamente e hoje não consegue brigar de igual para igual na maioria das pistas, após uma mudança de regras no final do ano passado, acredita-se que Vettel considere, sim, a aposentadoria, algo que poderia vir no final de seu contrato atual com a Scuderia - no final da temporada 2020 - ou mesmo no final deste ano.

O alemão, por sua vez, afirma que segue comprometido a fazer a Ferrari sair da fila. "Não sei, nunca falei nada do tipo, então não sei de onde vem isso. Acho que posso parar quando eu bem entender e a equipe também pode me chutar quando eles quiserem, mas estou muito contente com o time e espero que eles estejam felizes comigo. Estou faminto e tenho a missão de vencer aqui - é a única coisa que realmente importa para mim: vencer pela Ferrari. E é por isso que estou trabalhando."

Do lado da Ferrari, já existe a busca por um possível substituto caso Vettel saia. A ideia é ter um piloto experiente ao lado de Charles Leclerc, que tem 21 anos e compromisso a longo prazo com o time.

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