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Fórmula 1

Ferrari descobre erro de cálculo no carro e admite estar "sem respostas"

Charles Leclerc, piloto da Ferrari - Hu Chengwei/AFP
Charles Leclerc, piloto da Ferrari Imagem: Hu Chengwei/AFP

Julianne Cerasoli

Do UOL, em Viena (AUT)

25/06/2019 04h00

A Ferrari foi para a etapa do último final de semana da Fórmula 1, na França, com a esperança de ter encontrado um erro fundamental no carro, que podia mudar a cara da temporada do time. Um problema no mapeamento aerodinâmico fazia o carro perder cerca de 0s3 por volta no circuito de testes mais usados pelas equipes (o de Barcelona) e a esperança era que, na França, novidades diminuíssem esse deficit. Não aconteceu e a Ferrari acabou saindo de Paul Ricard com mais perguntas do que respostas.

Tudo começou quando as novidades foram introduzidas no carro na França. As peças em questão - asa dianteira e traseiras modificadas, um novo assoalho e novos dutos de freio - estavam sendo testadas no simulador do time com sucesso. Mas quando chegou a hora de ver o resultado na pista, os números revelaram uma anomalia no mapeamento aerodinâmico do carro. Ou seja: um erro gerava dados diferentes no simulador da realidade na pista.

Para entender o quanto essa anomalia gerava em termos de tempo de volta, foi feita a simulação no circuito de Barcelona, o mais conhecido das equipes e palco do GP da Espanha. O resultado foi 0s3 a mais no tempo de volta. Como são justamente estes três décimos de diferença que a equipe está notando entre o resultado do simulador e da pista, a Ferrari acreditou ter encontrado uma saída para os problemas do carro. Mas o que se viu no último final de semana foi diferente.

Embora tenha sido uma evolução em relação ao péssimo desempenho do GP da Espanha, em que a Ferrari mais próxima da Mercedes ficou a 0s8 na classificação, o resultado na França deixou a Scuderia ainda mais confusa. A afirmação é do chefe da equipe, Mattia Binotto.

"Não acho que conseguimos todas as respostas para os nossos problemas. O fato do nosso novo assoalho não ter funcionado direito nos deixou sem muitas respostas. Então, ainda vamos trabalhar nele na próxima corrida na Áustria e acho que só vamos conseguir compreender a situação depois que conseguirmos fazer tudo funcionar como esperado."

Binotto se refere ao fato de a equipe ter desistido de usar todas as novidades que trouxe para Paul Ricard para a classificação e a corrida, por não ter certeza de que elas melhorariam o desempenho do carro.

Mesmo com todas essas dúvidas, a Ferrari apresentou uma melhora na França em relação à Espanha, que serve como boa base de comparação por ser uma pista com características semelhantes: Charles Leclerc se classificou em terceiro, a 0s6 da pole em um circuito bem mais longo - 4.6km contra 5.8km.

O monegasco manteve a terceira posição na corrida, e recebeu a bandeirada grudado em Valtteri Bottas, que teve problemas em seu motor nas últimas voltas da prova. Na outra Ferrari, Sebastian Vettel também não pode usar toda a potência do motor na classificação, largou apenas em sétimo, e chegou em quinto.

A próxima etapa da Fórmula 1 será já neste final de semana, na Áustria.

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