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Ferrari reclama de decisão contra Leclerc 3 semanas após derrota no tapetão

Verstappen e Leclerc no pódio do GP da Áustria - Andrej ISAKOVIC / AFP
Verstappen e Leclerc no pódio do GP da Áustria Imagem: Andrej ISAKOVIC / AFP

Julianne Cerasoli

Do UOL, em Spielberg (AUT)

30/06/2019 16h19

A vitória de Max Verstappen no GP da Áustria demorou quase 4h para ser ratificada na Fórmula 1. Isso porque a ultrapassagem do holandês em cima de Charles Leclerc a duas voltas do final da prova ficou sob investigação. Os comissários, no final, decidiram que Verstappen não fez nada de errado, algo que foi questionado pela Ferrari.

"Ainda acreditamos que a decisão foi equivocada, que Charles deixou espaço e não teve culpa. Eles se tocaram e ele acabou saindo para fora da pista. Estas são as regras e foram estas regras que foram aplicadas em corridas anteriores", disse o chefe ferrarista, Mattia Binotto.

O dirigente se refere a outra derrota da Ferrari, ocorrida há três semanas, no GP do Canadá. Na ocasião, os comissários decidiram punir Sebastian Vettel por ter voltado à pista de maneira insegura em uma disputa com Lewis Hamilton e, por conta da punição, Vettel perdeu a vitória mesmo tendo cruzado a linha de chegada na frente.

Diferentemente daquela vez e, segundo Binotto, pelo bem do esporte, a Ferrari decidiu não apelar. "Acredito que deveríamos deixar os pilotos livres para disputar, como sempre digo, mas não apoiamos a decisão, ainda que entedemos que foi isso o que os comissários decidiram. Nós poderíamos apelar da decisão, mas tomamos a decisão de não fazer isso porque acreditamos que é o melhor para o esporte. Vamos virar a página e olhar adiante."

Os incidentes de Vettel e Hamilton no Canadá e de Verstappen e Leclerc na Áustria foram julgados por diferentes trechos do regulamento. No caso de Vettel, as regras dizem que, quando o piloto sai da pista, ele só pode retornar em segurança, e os comissários julgaram que o retorno do alemão ao asfalto fez com que Hamilton tivesse que evitar uma batida. A decisão, no entanto, gerou a revolta inclusive dos pilotos, que disseram que Vettel não poderia ter feito nada de maneira diferente, pois não tinha o controle do carro naquele momento.

No lance de Verstappen e Leclerc, que decidiu a corrida deste domingo, o holandês ultrapassou o monegasco, mas não deixou a distância de um carro entre ele e a linha que delimita a pista. Ele e Leclerc se tocaram e o monegasco saiu da pista.

Para o chefe de Verstappen, Christian Horner, o holandês tinha o direito de escolher sua linha por estar na frente.

"Ele veio de trás, freou mais tarde e, quando eles estavam fazendo a curva, ele já estava na frente. Então, ele já tinha ganhado a curva naquele ponto e é o outro cara que tem de tirar o pé. Naquele ponto, era xeque-mate, e foi assim que os comissários enxergaram o lance."

Questionado pelo UOL Esporte sobre o fato do texto da regra não considerar esse cenário e perguntado se não seria a hora de rever essas regras, Horner concordou que há um exagero neste ponto na F-1.

"Se fôssemos levar isso ao pé da letra, todas as manobras seriam penalizadas. Vimos vários lances parecidos na primeira volta. E, se formos punir todas, qual o sentido de tentar ultrapassar? Talvez tenhamos regras demais, mas acho que a melhor decisão foi tomada hoje."

A vitória no GP da Áustria foi a primeira de Verstappen desde outubro do ano passado e a primeira do motor Honda desde o GP da Hungria de 2006, com Jenson Button.

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